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Bebê morre após ser jogado no lixo por adolescente que deu à luz em Cariacica

O repórter da TV Vitória/Record Rodrigo Schereder conversou com a irmã da menor. Ela afirma que a família suspeitava de uma possível gestação. Veja detalhes!

Lais Magesky

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação / Polícia Civil

Uma adolescente de 17 anos foi apreendida pela polícia após dar à luz e jogar o bebê no lixo em Cariacica no último sábado (9). O boletim de ocorrência da Polícia Civil diz que a menor escondia a gravidez da família. 

No documento, ela afirmou que, por medo dos pais, deu à luz no banheiro de casa e colocou o recém-nascido dentro da lixeira. A mãe, que foi escovar os dentes, viu sangue no local e pediu socorro aos vizinhos.

O bebê chegou sem vida no Pronto Atendimento (PA) de Nova Rosa da Penha. 

Os nomes não foram revelados para preservar a identidade da família.

Irmã de jovem diz que família não sabia da gravidez

O repórter da TV Vitória/Record Rodrigo Schereder conversou com a irmã da menor. Ela afirma que a família suspeitava de uma possível gestação, mas atribuiu o inchaço da adolescente a um problema renal. 

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"Devido ao inchaço nas pernas, deduzimos que seria problema nos rins", explicou. Ela contou que, mesmo com a sugestão de exames médicos, a mãe da jovem não a levou ao atendimento, o que levou a adolescente a encarar a situação sozinha.

Na manhã do nascimento, a jovem sentiu dores fortes e foi tomar banho. 

“Ela agachou, fez força, e a criança nasceu. Ela segurou o bebê, ele não caiu no chão. Na hora do desespero, sem saber o que fazer, acabou colocando a criança dentro do lixo”, relatou a irmã.

Nas redes sociais, surgiram acusações de que a adolescente teria agredido o bebê. A irmã negou as informações: "Não procede. Ela não queria ter feito isso. Perguntei a ela se queria ver o bebê, e ela disse que sim. A morte do bebê foi causada pela pré-eclâmpsia dela." 

A família acredita que o desfecho trágico poderia ter sido evitado com um acompanhamento médico adequado, mas, conforme a irmã informou, a jovem já havia procurado atendimento e foi liberada com medicação para dor, sem diagnóstico de gravidez.

Jovem tinha medo de rejeição da família, afirma irmã

Questionada sobre o temor da adolescente em relação à reação da mãe, a irmã mencionou que a jovem tinha medo de enfrentar uma rejeição similar à que ela mesma viveu quando engravidou aos 16 anos. “Minha irmã tinha medo de passar por isso.”

A família, que agora aguarda o laudo médico, ainda não sabe quantas semanas de gestação a jovem tinha, mas o médico legista já descartou a hipótese de aborto provocado. 

"Ela vai ter que responder pelo que fez", declarou a irmã, que reconheceu o erro da jovem ao colocar o bebê na lixeira, embora acredite que não houve intenção de matar.

O que diz a Polícia Civil

A Polícia Civil informou que a adolescente, de 17 anos, conduzida à Delegacia Especializada de Adolescentes em Conflito com a Lei (Deacle), foi autuada por ato infracional análogo ao crime de homicídio qualificado cometido mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima. 

Ela foi encaminhada ao Centro Integrado de Atendimento Socioeducativo (Ciase).

O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), da Polícia Científica, para ser necropsiado e, posteriormente, liberado para os familiares.