"Empresários do crime" são presos no ES e movimentavam mais de R$ 40 milhões
Quadrilha lavava dinheiro do tráfico de drogas e armas, além de agiotagem. Dez veículos foram apreendidos, a maioria deles de luxo
Empresários suspeitos de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e agiotagem foram presos na Grande Vitória e levavam uma vida de luxo, com carros importados e imóveis de alto padrão.
Segundo a Polícia Civil, eles chegaram a movimentar mais de R$ 40 milhões em esquemas ilegais nos últimos cinco anos.
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Os acusados atuavam em diversas frentes e, segundo o Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), o esquema funcionava da seguinte forma: por meio de empresas de fachada, eles inseriam dinheiro do tráfico de drogas e de armas em contas bancárias.
Os valores eram movimentados de conta em conta, geralmente administradas por laranjas, até que não pudessem mais ser rastreados e chegasse ao comércio, fazendo com que aparentassem ser dinheiro lícito.
"Essa organização inseria um dinheiro ilícito por meio de empresas de fachada, no mercado, no sistema bancário, para dar a esse dinheiro a aparência de dinheiro lícito. Então essa organização criminosa utilizava empresas de terceiros, constituía sociedades de forma obscura e movimentava milhões de reais por meio dessas empresas. Agiam como 'empresários do crime'", explicou a titular do Denarc, delegada Larissa Lacerda.
Os suspeitos ostentavam uma vida de luxo pelas redes sociais. Todos os envolvidos no esquema são homens de 24 a 39 anos.
Segundo a delegada, por se tratar de um esquema bem articulado, o processo de investigação levou cerca de um ano para se materializar, uma vez que era preciso rastrear a origem do dinheiro.
"Investigações financeiras demoram, essa levou cerca de um ano. Costumamos dizer que seguimos o dinheiro, porque ele entra de uma forma ilícita e sai com uma aparência lícita. É preciso rastrear para identificar a origem ilícita do dinheiro", afirmou.
Foragido estaria nos Estados Unidos
Ao todo, cinco homens foram presos. Quatro deles na Serra e um último em Cariacica. Além disso, um sexto suspeito continua foragido. Segundo a polícia, ele estaria nos Estados Unidos após utilizar documentos falsos para entrar no país.
Além das prisões, também foram apreendidos 10 carros de luxo, além do sequestro de R$ 3 milhões nas contas bancárias dos envolvidos.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, também foram apreendidos drogas, armas e outros equipamentos eletrônicos, como computadores e celulares.
Por conta disso, além dos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, os empresários também responderão por tráfico de drogas.
"As investigações apontaram que nos últimos quatro anos essa organização criminosa movimentou mais de R$ 40 milhões. Também foi determinado pela Justiça o sequestro de 10 veículos, sendo a maioria deles veículos de luxo, de alto valor comercial. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 3 milhões em contas utilizadas pelos investigados", detalhou Lacerda.
Para o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, as prisões são importantes para descapitalizar organizações criminosas no Espírito Santo.
"É uma operação importante para a descapitalização do crime porque retira esse dinheiro da mão desses traficantes e esse dinheiro vai retornar para o Estado e para a própria Polícia Civil para mais investimentos em capacitação e tecnologia, para tirar das ruas essas pessoas que estão enriquecendo ilicitamente", afirmou.