"Olhou na minha cara e me deu um soco", diz vítima agredida por PM na Serra
De acordo com a vítima, o cabo da Polícia Militar teria começado o conflito no último sábado (09): "Nem conheço ele, aí ele vem me batendo e me dá um tiro"
Um homem foi baleado por um policial militar de folga, em um posto de combustíveis no bairro Maringá, na Serra, na madrugada do último sábado (9). De acordo com o auxiliar de logística, que não quis se identificar, o cabo Ilson Feltz Júnior o olhou, dentro da loja de conveniência do posto, e desferiu um soco no nariz dele.
"Entrei na loja de conveniência do posto e ia pegar uma cerveja. Quando cheguei no balcão, ele já chegou sem falar nada e me deu um soco no nariz", relatou.
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O homem, que foi baleado na coxa esquerda, contou à TV Vitória que o segurança conteve o policial e o levou para fora da loja, enquanto as atendentes o ajudavam a limpar o sangue que escorria do nariz.
"O segurança o levou até fora da loja. As meninas do balcão me deram um papel para enxugar o sangue que estava escorrendo do meu nariz", disse.
O conflito aconteceu no momento em que a vítima saiu da loja. O homem, que estava de camisa vermelha, conta que o cabo, que estava de camisa preta, o puxou pela blusa e que deu um tapa na cara dele.
O auxiliar de logística revidou o golpe, atingindo o militar duas vezes com uma garrafa.
"Quando eu saí da loja, ele puxou minha blusa e me deu um tapa na cara. Eu estava com uma garrafa de cerveja na mão, e acertei o rosto dele duas vezes. Quando eu caí no chão, ele me deu um tiro. Nem conheço ele, aí ele vem me batendo e me dá um tiro. E se eu morresse, o que iria acontecer?", questiona.
Veja o momento das agressões:
Policial afirma que vítima tem envolvimento com o tráfico
O caso ocorreu por volta das 2h32 de sábado. O policial contou, em boletim de ocorrência, que estava na loja de conveniência quando viu o rapaz chegar no posto. Ele afirma que o rapaz tem envolvimento com o tráfico, e que os dois discutiram.
O militar não deixou claro na ocorrência o motivo da discussão. De acordo com o policial, depois do bate-boca, o rapaz voltou e deu uma garrafada na cabeça dele.
A vítima afirma que não tem envolvimento com o tráfico, e que trabalha de carteira assinada. O homem disse também que quer justiça.
"Eu trabalho, tenho carteira assinada, não tem nada a ver o que ele disse, que sou envolvido com o tráfico. Eu não tinha nada a ver com ele e passei por essa situação. Eu quero justiça", declarou.
A reportagem procurou o cabo Feltz, e ele respondeu que precisou levar pontos na orelha após os golpes de garrafa que recebeu da vítima, e disse ainda que não daria entrevista.
Em nota, a Polícia Militar informou que será instaurado um inquérito policial militar para apurar o crime. A arma utilizada pelo policial envolvido foi apreendida, e o cabo seguirá desempenhando as atividades como militar normalmente enquanto as apurações estiverem em andamento.
Ainda de acordo com a Polícia Militar, na ficha funcional do cabo Feltz não constam registros de punições disciplinares por envolvimento em situações de desentendimento.
A Polícia Civil informou que o fato será investigado pelo 12º Distrito Policial da Serra sob sigilo.
*Com informações de André Falcão, repórter da TV Vitória/Record