Polícia

Turista mineiro é sequestrado e espancado em Vila Velha

O caso aconteceu na tarde desta quarta-feira (27), em Vila Nova. Ao todo, os sequestradores levaram R$ 200. A vítima teve o rosto deformado

Foto: Pexels/Pixabay

Um turista mineiro de 51 anos foi sequestrado e espancado por criminosos enquanto passava férias em Vila Nova, em Vila Velha, na tarde de quarta-feira (27). Na ocasião, a vítima teve o rosto deformado e R$ 200 roubados pelo Pix. 

Segundo a apuração da TV Vitória / Record, o homem é um comerciante, com estabelecimentos em Belo Horizonte e Contagem, que sempre passava férias no Espírito Santo com a família. 

Na tarde de quarta, porém, a vítima, que estava no Estado há apenas dois dias, saiu para beber às 15h, e não deu mais sinal para familiares. 

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“Ele saiu às 15h da tarde, disse que ia procurar um bar para tomar uma cervejinha. Mas ele não costuma demorar. Quando eram 19h, ele ainda não tinha chegado, por isso eu liguei para o celular dele. Um bandido atendeu, disse que meu irmão tinha sido sequestrado e estava em poder dele. Eles queriam o Pix e a senha do banco dele”, contou a irmã do turista, de 58 anos, que preferiu não ser identificada. 

Ainda segundo o relato da irmã, no mesmo momento, a família teria tentado acionar o Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes), mas não obteve sucesso. 

“Eu passei o telefone imediatamente para o meu filho de 29 anos que estava chegando. Ligamos para o 190, mas eles disseram que não poderiam nos ajudar nem mandar viatura ou rastrear o telefone. Passaram uns números que disseram ser da Polícia Civil, mas não eram, porque ligamos e não atenderam”, contou. 

Familiares em desespero

Após conversar com o Ciodes, a irmã da vítima recebeu a orientação de registrar o boletim de ocorrência. Por isso, familiares foram de maneira imediata ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). 

No entanto, ao chegar no local, os parentes foram informados de que precisariam comparecer a outra delegacia. 

“Quando eu disse que ele havia sido sequestrado, disseram que eu precisava ir na Delegacia Antissequestro, no Centro de Vitória, que só abriria nesta quinta-feira, às 8h da manhã”, disse a irmã.

Ainda de acordo com a mulher, a família esperava que o homem fosse libertado após passar o Pix, mas a vítima não voltou para casa. Em desespero, a família entrou em contato com um vizinho, que é um militar aposentado. Na mesma noite, o homem entrou em contato com outros colegas e iniciaram as buscas. 

“Acionamos um vizinho nosso, aposentado da PM, ele entrou em contato com outros colegas e começaram a procurar. Meu filho, de moto, os colegas do meu filho, primos que vieram passar férias, procuraram pela região toda e não encontraram”, contou. 

Irmã da vítima foi à delegacia novamente

Em pânico, a irmã da vítima relatou também ter ido novamente a uma delegacia, onde tentou entrar em contato com os sequestradores. 

“A delegada disse que não tinha como falar com o bandido. Eu liguei para o bandido na delegacia de novo, mas ele não atendeu. Às 22h, os bandidos ligaram de novo, o meu filho atendeu e correu para o DPJ de Vila Velha, os policiais ouviram a conversa e ficaram de arrumar uma viatura”, disse.

Comerciante foi espancado 

Após um tempo, os criminosos entraram em contato com a família novamente e informaram que a vítima estava muito ferida. 

Logo depois, conhecidos encontraram o comerciante no final da orla de Itaparica, às margens da Rodovia do Sol. 

“Os bandidos ligaram de novo e disseram que ele estava muito machucado, que era para ir logo. Ficamos à mercê da viatura, até que um amigo do vizinho ligou para ele e disse que haviam encontrado ele, o rosto todo deformado, todo sujo igual a um mendigo. Roubaram R$ 200. Meu irmão ainda não consegue falar, porque o rosto está deformado”, disse a irmã, emocionada. 

O mineiro foi levado para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência, onde está internado. Seu quadro de saúde não foi divulgado. 

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) informou que o Ciodes recebeu um acionamento na noite de quarta-feira (27), no qual uma mulher informava que seu irmão havia saído de casa no meio da tarde e ainda não tinha retornado e que, ao ligar para o telefone dele, outra pessoa atendeu e exigiu dinheiro.

Diante do relato, uma viatura da Polícia Militar foi encaminhada até a residência da solicitante.

A Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação. Até o momento, nenhum suspeito foi detido e detalhes da investigação não serão divulgados.

Sobre a dificuldade relatada pela irmã da vítima em registrar o crime, a Polícia Civil informou que nenhuma unidade policial civil pode se recusar a registrar um boletim de ocorrência, mesmo que não tenha atribuição para investigar o crime reportado. 

“O policial civil deve realizar o primeiro atendimento, orientar o notificante e tomar as providências iniciais. Em relação ao atendimento prestado, a Polícia Civil informa que a irmã da vítima esteve na Delegacia Regional de Vila Velha na noite de quarta-feira (27) e registrou um boletim de ocorrência. Ao final do registro, ela foi orientada a procurar a Delegacia Especializada Antissequestro (DAS). Ressaltamos que as delegacias regionais têm como atribuição receber ocorrências em estado flagrancial, não sendo possível realizar diligências e trabalhos investigativos”, diz a nota.

Assim que a vítima foi encontrada pela PM, a equipe do plantão do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP) foi acionada, segundo informou a Polícia Civil. O caso seguirá sob investigação e não há detalhes que possam ser repassados, no momento.

*Com informações da repórter da TV Vitória / Record, Marla Bermudes.