ES tem menor índice de homicídios em 28 anos; latrocínios aumentam
O balanço, apresentado a dois dias do fim do ano, indicou que o Estado fechou o ano com uma queda significativa, com 845 homicídios. Veja mais dados
O Espírito Santo alcançou, em 2024, o melhor resultado de sua série histórica em relação à redução de homicídios dolosos, conforme anunciado pelo governador Renato Casagrande (PSB) na coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (30/12), no Palácio Anchieta.
O balanço, apresentado a dois dias do fim do ano, indicou que o Estado fechou com 845 homicídios, uma queda significativa em comparação aos mais de 2000 homicídios registrados anualmente em 2009 e 2010. Isso representa uma taxa de 20,6 homicídios por 100 mil habitantes, uma redução expressiva em relação aos 58 homicídios por 100 mil habitantes registrados em 2009.
"Pela primeira vez, nós vamos fechar o ano com menos de 900 homicídios. Acredito que fecharemos em torno de 850 homicídios. E isso é um dado histórico que precisa ser registrado. Sempre falo não comemorado, mas é um dado que precisa ser registrado, mostrando que aquilo que a gente está trabalhando em conjunto hoje no Estado do Espírito Santo está produzindo resultados e são resultados importantes", disse Casagrande.
Veja os dados:
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Apesar do avanço na redução dos homicídios dolosos, o governador destacou um aumento de 21,9% nos casos de latrocínio (roubo seguido de morte) e afirmou que esse dado acende um alerta para novas ações em 2025.
Em contrapartida, os casos de lesão corporal seguida de morte caíram 56,5%, demonstrando a eficiência das políticas de prevenção e repressão aplicadas no Estado.
A região Serrana foi a única a apresentar aumento nos homicídios dolosos, com crescimento de 9,3%, enquanto a região Norte teve queda expressiva de 28,3%. Em relação ao tipo de arma utilizada, 78% dos homicídios registrados no ano foram cometidos com arma de fogo, sendo a pistola o modelo mais comum.
Veja os dados:
Homícidios de mulheres aumentam
Os homicídios de mulheres, incluindo feminicídios, tiveram um aumento em 2024. No caso dos feminicídios, que são os crimes em que a mulher é morta em razão do gênero, foram 38 ocorrências neste ano, frente a 35 em 2023.
Já os homicídios de mulheres sem motivação relacionada ao gênero totalizaram 93 casos em 2024, um crescimento de 5,7% em comparação ao ano anterior.
Veja os dados:
O governador ressaltou a continuidade do programa "Estado Presente", iniciado em 2011, que se tornou a principal ferramenta para reduzir os índices de violência.
Ele destacou a integração entre forças de segurança pública, Judiciário, Ministério Público, Polícia Federal e Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Além disso, mencionou o investimento em tecnologia, como a utilização de reconhecimento facial para prisão de foragidos.
Outro ponto relevante foi a criação da Companhia Independente da Mulher e o fortalecimento da estrutura na Polícia Civil para o combate à violência contra a mulher e feminicídios.
Segundo o governador, esse é um desafio ainda presente e que será alvo de novas estratégias no próximo ano.
Por fim, ele reforçou o compromisso de manter a tendência de redução dos índices criminais em 2025, destacando que os desafios continuarão sendo enfrentados por meio de integração, investimentos em tecnologia e valorização das forças de segurança.