Adolescente diz à polícia ter sido dopada e estuprada por 33 homens no Rio de Janeiro
Crime foi gravado e o vídeo divulgado nas redes sociais. Um dos rapazes que aparecem nas imagens apagou sua conta na rede social, mas chegou a ameaçar divulgar mais imagens da vítima
Uma adolescente de 16 anos, que teria sido vítima de um estupro coletivo em uma comunidade da zona oeste do Rio de Janeiro, disse, em depoimento à polícia, na madrugada desta quinta-feira (26), ter sido dopada e violentada por 33 homens. De acordo com a polícia, o crime foi gravado e o vídeo divulgado nas redes sociais.
A vítima foi ouvida na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática e submetida a exames no IML (Instituto Médico Legal). Em seguida, foi encaminhada ao hospital Souza Aguiar, onde deve começar a tomar coquetel de medicamentos anti HIV.
A jovem disse à polícia ter ido à comunidade para um baile funk na última sexta-feira (20) e permanecido na região até segunda-feira (23). Quando chegou em casa, se deu conta que estava sem o telefone celular e retornou.
O estupro coletivo teria ocorrido na terça-feira (24). A jovem relatou que acredita ter sido dopada e que, quando voltou à consciência, estava sendo estuprada por 33 homens.
A defesa da adolescente, que acompanhou o depoimento, afirmou que ela não é usuária de drogas, como crack e cocaína, mas que faz uso de entorpecentes. O delegado Alessandro Thies, responsável pelo caso, pede que informações que possam ajudar a identificar os suspeitos sejam enviadas ao e-mail [email protected].
Suspeitos identificados
A Polícia Civil do Rio conseguiu identificar pelo menos dois criminosos que teriam participado do estupro coletivo. Um deles, identificado apenas como Michel, postou no Twitter, nesta terça-feira, um vídeo que mostra uma jovem nua e desacordada.
Na gravação, ele e outro rapaz exibem a moça e fazem comentários que indicam o estupro. "Amassaram a mina, intendeu (sic) ou não intendeu (sic)? Kkkkkkkkkk", escreveu o autor da postagem.
No início do vídeo, um dos homens afirma: "Essa aqui, mais de 30, engravidou". Enquanto filmam o órgão genital da vítima, um deles narra: "Olha como que tá (sic). Sangrando. Olha onde o trem passou. Onde o trem bala passou de marreta".
Leia também: Delegado é absolvido de estupro da neta; 'não há prova segura', diz juiz
O linguajar usado pelos dois homens sugere que sejam pessoas habituadas a gírias comuns entre criminosos. Além do vídeo, também há pelo menos uma foto de um dos rapazes à frente do corpo da jovem.
A postagem repercutiu no Twitter na última quarta-feira (25). "Ele dopou a garota e filmou ela (sic) após o estupro", escreveu uma pessoa. "Embebedou uma garota a ponto de deixá-la inconsciente, estuprou e postou um vídeo se vangloriando do ato", postou outro internauta. "O cara estupra, expõe e se gaba da atitude abominável. O que ele merece? Cadeia! Denunciem o Michel", escreveu outra pessoa.
Após a repercussão, um dos rapazes que aparecem nas imagens apagou sua conta na rede social. Antes, porém, ele reclamou das críticas e ameaçou divulgar mais imagens da vítima.
Pelo menos mais quatro rapazes compartilharam o vídeo - não se sabe se eles também participaram do estupro ou se limitaram a divulgar o vídeo -, o que também pode valer punição pela Justiça.
Investigações
O caso é investigado pelo delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), que informou não poder dar detalhes a respeito da investigação, para não expor a vítima.
Ao longo da noite desta quarta, os perfis das quatro pessoas que até então haviam divulgado o vídeo foram alvo de críticas de outros internautas. Eles pedem que ninguém compartilhe as imagens e defendem punição aos envolvidos. Foram divulgados um perfil no Facebook e um número de telefone celular que pertenceriam a um dos autores do estupro.
(Com informações do R7 e do Estadão Conteúdo)