Nos últimos dias os moradores do bairro Itapoã, em Vila Velha, encontraram chumbinho pelas ruas do bairro. O veneno estava escondido em pedaços de ração e oito animais de uma mesma rua morreram envenenados.
Os donos dos animais estão revoltados e redobrando os cuidados com os seus bichinhos de estimação. É o caso da técnica de enfermagem Júlia Albuquerque, dona do pequeno Hulk, um Yorkshire que usa roupinhas que o protegem dos raios do sol e sapatinhos que previnem queimaduras nas patinhas.
Depois das armadilhas com ração envenenada que foram descobertas nos cantos das calçadas e gramados dos prédios, Hulk só fica no colo da dona quando vai à rua. “Eu não sei o que a pessoa quer com isso. É uma maldade que fazem com o animal”, desabafa Júlia.
Antes que os donos de cães e gatos possam perceber, o animal já ingeriu o chumbinho. O professor Bruno Avalone, que também mora em Itapoã, está indignado porque oito gatos que pertenciam à mãe dele morreram envenenados.
“Isso é revoltante, porque todo dia praticamente você vê um animal agonizando aqui. Nós estamos cercados por casa e por câmeras e vamos tentar identificar nas filmagens a pessoa que está fazendo esse tipo de coisa”, afirmou o professor.
Já a autônoma Teoda Laranja, que é dona dos cãezinhos Todi e o Branco, passou por um grande susto por causa de seus pets. Os dois poodles quase comeram o veneno e, por medo, ela só leva os bichos para passear usando coleira.
“ Hoje de manhã meu marido viu a rua lotada de chumbinho, tinha ração misturada com o veneno. Agora para descer, só se for de coleira, e passear só no meio da rua. Não dá mais para andar pelas calçadas”, desabafa.
A aposentada Virgínia Pereira Costa quase perdeu o seu Pingo, o cachorro da raça Pequinês caiu na armadilha envenenada. Assim que comeu a ração, o animal começou a passar mal, mas rapidamente foi socorrido e agora está se recuperando.
“Ele sobreviveu porque o veterinário disse que foi socorro imediatamente. Ele chegou lá muito mal, com batimento cardíaco muito baixinho, e o veterinário disse que se eu demorasse mais dez minutos para socorrê-lo, iria perdê-lo”.
Virgínia disse ainda que o animal faz parte da família e está com ele há quatro anos. O bichinho é companhia para ela e também para o marido que moram sozinhos. Ela afirma que no bairro há muitos moradores idosos e que os animais são as companhias destas pessoas.
“Nessa área tem muitos idosos que tem um cãozinho há bastante tempo, que é um companheiro. Quem está fazendo isso vai causar um sofrimento enorme para essas pessoas”, reflete.
A Lei de Crimes Ambientais prevê pena de três meses a um ano de detenção, além de multa para quem pratica maus tratos contra qualquer animal. A pena pode aumentar em até um terço caso o animal morra.