Polícia

Número de confrontos entre policiais e criminosos aumenta 15% no ES

Para a Polícia Militar (PM), os números são ainda maiores em relação ao que foi divulgado

Foto: Suellen Araujo/TV Vitória

Agentes de segurança mortos, casas atingidas, populares baleados e sob risco em meio à intensa disputa pelo tráfico de drogas nos principais locais de venda de entorpecentes na Grande Vitória. O número de confrontos entre policiais e criminosos no Espírito Santo aumentou em 15% em relação ao período de janeiro e setembro de 2018 e 2019. Este ano, foram 157 casos registrados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp). Nessas trocas de tiros, 26 pessoas perderam a vida. 

Para a Polícia Militar (PM), os números são ainda maiores: os dados levantados pela PM apontam que, na verdade, foram 404 confrontos em 2019. 

“Nosso policial está cada vez mais em risco. E isso se dá pela forma com que o infrator tem encarado a ação policial por diversos motivos. A impunidade é uma delas”, afirma o chefe da Divisão Operacional do Comando de Polícia Metropolitana, Major Cristelo.

A PM garante que trabalha ao máximo para evitar esse tipo de ocorrência. “A polícia do Espírito Santo é uma polícia muito técnica. A polícia nunca sai à rua para confrontar com um infrator. Sai para evitar o crime e fazer a detenção do infrator. O que tem acontecido é o aumento da ação agressiva do infrator contra a ação policial. Então, nossa polícia é pró-ativa para buscar o infrator. Agora, ela é reativa no uso da arma de fogo”, destaca o Major. 

Mais de 2 mil armas já foram apreendidas este ano. “Aumentamos o percentual de apreensões de armas e simulacros. É maior que o número de pessoas alvejadas, percentualmente. Isso quer dizer que nossa polícia continua atuando sob reação”, explica o chefe da Divisão Operacional do Comando de Polícia Metropolitana.

A Defensoria Pública do Espírito Santo possui um Núcleo Especializado de Direitos Humanos. O coordenador afirma que o órgão analisa o contexto em que ocorrem essas mortes durante os confrontos e sugere ampliação do diálogo entre os órgãos públicos.

“É importante que se converse para planejar, no caso das políticas públicas. Nos casos individuais, caso particular, ou até uma agente de segurança se sinta prejudicado, ele pode procurar a Defensoria Pública por seus núcleos de atendimento, em especial ao núcleo de Direitos Humanos”, disse Hugo Fernandes.

Com informações da repórter Rafaela Freitas, da TV Vitória/Record TV!