Polícia

Número de feminicídios no ES dobra em relação a janeiro de 2024

Os feminicídios no ES foram registrados na Serra, Itapemirim, Marechal Floriano e Colatina. As idades das vítimas variam entre 18 a 54 anos

Foto: Acervos pessoais
Foto: Acervos pessoais

O número de feminicídios, o crime de ódio em relação ao gênero, continua sendo um grande desafio para a segurança pública do Espírito Santo. Até esta segunda-feira (3), foram registrados cinco casos de feminicídio, mais que o dobro de casos do mesmo mês de 2024, quando foram duas mortes.

Os números são da última atualização, realizada nesta segunda-feira (3), do Painel de Monitoramento da Violência contra a Mulher, da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) do Estado do Espírito Santo.

Leia também:

Viatura leva pedrada em Vila Velha e polícia prende foragido da Justiça

Pet shop é saqueado por criminosos na Praia do Canto

Criança de 2 anos é atingida na cabeça por bala perdida no colo da mãe no Rio

Feminicídios: idades das vítimas variam de 18 a 54 anos

Ainda conforme o painel da Sesp, os feminicídios no ES foram registrados nos municípios da Serra, Itapemirim, Marechal Floriano e Colatina. As idades das vítimas variam entre 18 a 54 anos.

Segundo a gerente de Proteção à Mulher da Sesp, delegada Michelle Meira, o aumento do número de casos de violência de gênero é o reflexo da cultura machista na sociedade.

“O aumento que tivemos nesse primeiro mês do ano mostra o quanto a gente ainda possui uma cultura machista, que causa o ‘desastre para as mulheres’. Basicamente, o feminicídio é cometido e acontece por questões culturais e sociais”, afirma.

Crimes cruéis foram registrados em 2025

No dia 5 de janeiro de 2025, uma família enfrentou a dor de uma perda: Fernanda Prates Santos Bernardo, de 19 anos, foi morta asfixiada no bairro Vista do Mestre, da Serra.

Segundo a Polícia Civil, o principal suspeito é o companheiro Luiz Paulo Lucas de Araújo Rosa.

Fernanda Prates foi morta asfixiada na Serra. Foto: Acervo pessoal

Em entrevista, a mãe da vítima, Viviane Prates, contou que o homem não aceitava o fim do relacionamento. “Fernanda já tinha sido agredida, violentada sexualmente e até mantida em cárcere privado”.

Assassinada a facadas em Colatina

O segundo caso de feminicídio foi registrado no dia 18 de janeiro. Na data, uma mulher, de 40 anos, foi assassinada a facadas no município de Colatina, na região Noroeste do Estado.

O principal suspeito é o ex-companheiro da vítima. A irmã da vítima contou para a polícia que o homem não aceitava o fim do relacionamento.

Morta a marteladas em Marechal Floriano

No mesmo dia, em Marechal Floriano, na região Serrana, uma mulher identificada como Damiana Aparecida, de 50 anos, foi assassinada a marteladas. O namorado, Leandro Kuster, de 42 anos, é apontado como autor do crime e está preso.

Damiana foi assassinada a marteladas. Reprodução/TV Vitória
Executada a golpes de machado

Já no dia 25 de janeiro, uma mulher identificada como Ana Cristina Neves de Medeiros, de 49 anos, foi morta com golpes de machado no bairro Namitala Ayub, em Itapemirim.

Ana Cristina Neves de Medeiros, de 49 anos. Foto: Acervo pessoal

De acordo com a Polícia Militar, o autor do crime, um homem de 59 anos, foi encontrado em uma casa ao lado do local do homicídio e confessou o crime.

Delegada aponta mudanças com a Lei Maria da Penha

Michelle Meira destaca que mesmo com os casos ainda existentes, a Lei Maria da Penha gerou mudanças no campo da punição e da prevenção.

Trabalhamos muito forte no campo da punição, a gente tem o índice de resolutividade de inquérito de feminicídio praticamente perto dos 100%. Basicamente também tivemos um aumento de penas e mudanças legislativas que causaram mais rigor para esse tipo de crime, afirma a delegada.

Além disso, na visão da delegada, o que falta é a desconstrução de uma cultura machista que insiste em imperar na sociedade capixaba e no Brasil.

“É muito necessário que a gente trabalhe políticas públicas preventivas. E no campo policial, a nossa maior dificuldade enfrentada é o aprimoramento do atendimento para as mulheres serem recebidas nas unidades policiais, com o servidor para capacitado, um atendimento mais humanizado para aproximar a mulher da polícia”, disse.

Com informações do repórter Caio Dias da TV Vitória/Record