O empresário Rodrigo Fraga, detido na Operação Sanguinello, na última quarta-feira (28), é investigado pela Justiça desde 2006. Na época, ele foi denunciado na Operação Dionísio, deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que desarticulou uma organização denominada Grupo Império das Bebidas, com sede em Belo Horizonte. A operação também foi realizada no Estado, com apoio do Ministério Público do Espírito Santo (MPES).
De acordo com o MPMG, Frederico Leone e outro nove réus no processo n.º 0024.06.252.802-1 foram denunciados por condutas tipificadas como falsidade ideológica, formação de quadrilha, sonegação tributária e lavagem de dinheiro. O processo ainda está tramitando na Justiça. Na época, as sonegações praticadas pelo grupo foram estimadas em R$ 14 milhões.
Durante seis meses, um grupo de 40 auditores fiscais, oficiais de Justiça, policiais militares, procuradores e promotores fizeram um completo levantamento das atividades do Grupo Império das Bebidas, sediado no município da Serra, na Grande Vitória.
Os fatos se tornaram mais evidentes a partir de fevereiro de 2014, quando um empresário, proprietário de um restaurante em Vila Velha, denunciou crimes de sonegação fiscal, associação criminosa e falsidades de toda ordem em sua página de uma rede social pouco antes de suicidar.
Frederico Leone foi detido, na última quarta-feira, em sua própria residência, em Vila Velha. Outras cinco pessoas também foram presas, entre elas, o empresário Ricardo Corteletti, e a esposa dele, Sandra Corteletti.
As prisões fazem parte da “Operação Sanguinello”, deflagrada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES). De acordo com o MPES, somente no Espírito Santo, o esquema de sonegação teria desviado cerca de R$ 230 milhões.
A operação também foi realizada em Minas Gerais, onde seis pessoas tiveram a prisão decretada. Apurou-se ainda que a empresa NEWRED, uma importadora de bebidas sediada em Vila Velha/ES, emitia documentos fiscais para acobertar a venda de mercadorias para Brasília/DF e outros Estados da Federação. Esses produtos, na verdade, eram descarregados em MG, em empresas localizadas na região do Ceasa/MG, os reais beneficiários do esquema criminoso. Para justificar a entrada da mercadoria e acertar o estoque, os verdadeiros destinatários valiam-se de notas fiscais “emitidas” por empresas fictícias, a maioria delas de Itaúna/MG. A estratégia permitia que o ICMS incidente nas operações fosse assumido por essas empresas de fachada, constituídas em nome de “laranjas”.
No Estado, a operação consistiu no cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão temporária, emitidos pela Vara da Central de Inquéritos de Vitória, além da realização de diligências fiscais e efetivação de ordens judiciais de sequestro de bens, ativos e valores supostamente desviados, visando à restituição das quantias sonegadas.
Nesta quinta-feira (29), Leone foi o primeiro empresário a prestar depoimento.