O empresário Ricardo Corteletti, acusado de fazer parte da quadrilha que fraudou mais de 230 milhões de reais em impostos na venda de bebidas no Estado, deve prestar um novo depoimento ao Ministério Público do Espírito Santo nos próximos dias.
Na última quarta-feira (04), Corteletti e Cristiano da Silva prestaram depoimentos na sede do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). Eles estão presos desde o último dia 28, quando foi deflagrada a Operação Sanguinello.
Além de Ricardo Corteletti e Cristiano da Silva, o empresário Frederico de Lima e Silva Leone também esteve detido. O empresário apontado como um dos chefes da quadrilha que agia no ramo de bebidas foi liberado da prisão na noite da última quarta-feira (04).
Prisão temporária termina hoje
Termina nesta sexta-feira (06), a prisão temporária de Ricardo Corteletti e Cristiano da Silva. O prazo foi prorrogado no último domingo (01).
O advogado de Corteletti entrou com um pedido de habeas corpus para tentar que o empresário seja solto antes do prazo da prisão temporária. De acordo com o advogado, o empresário tem colaborado com as investigações e não tem ligação com Frederico Leone, apontado como um dos chefes do esquema milionário.
Entenda o caso
Uma operação, com o objetivo de desarticular e colher provas relativas a uma organização criminosa que atua no setor atacadista e varejista de bebidas no Espírito Santo e estados vizinhos, foi deflagrada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES). Somente no Estado, de acordo com o MPES, a ações da quadrilha teriam gerado um prejuízo de R$ 230 milhões aos cofres públicos. A “Operação Sanguinello” é realizada em parceria com a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), por meio da Receita Estadual.
No Espírito Santo, a operação mobiliza cinco promotores de Justiça, 30 auditores fiscais e 50 policiais militares, além de servidores de todas essas instituições. Em Minas Gerais, conta com a participação direta de quatro promotores de Justiça, 32 auditores fiscais e 60 policiais civis.
As investigações tiveram início em outubro de 2013, a partir de levantamentos feitos pela Receita Estadual e o Ministério Público do Espírito Santo e de Minas Gerais. Os fatos se tornaram mais evidentes a partir de fevereiro de 2014, quando um empresário, proprietário de um restaurante em Vila Velha, denunciou crimes de sonegação fiscal, associação criminosa e falsidades de toda ordem em sua página de uma rede social pouco antes de suicidar. O episódio corroborou com o trabalho que já vinha sendo executado pelo Ministério Público e a Receita Estadual do Espírito Santo.
No último dia 28, cinco pessoas foram detidas na Grande Vitória, acusadas de participação no envolvimento no esquema fraudulento.
Diarista empresta CPF e nome é usado em sonegação
O nome da diarista Marta Marques Mariano é apontado no esquema de sonegação de impostos na venda de bebidas alcoólicas no Estado. Empresas fantasmas, que deveriam funcionar em Cariacica, estão no nome da diarista. O suposto esquema de fraude foi descoberto durante a Operação Sanguinello. Ela deveria ser a sócia proprietária dos estabelecimentos, mas ela afirma que só este ano ficou sabendo dessas empresas.