O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) não deverá decretar prisão temporária para os empresários Ricardo Cortelleti e Cristiano da Silva. Com isso, os acusados deverão deixar a cadeia a meia noite da madrugada deste sábado (7). Os empresários são acusados de integrarem um esquema especializado em fraudar o recolhimento de ICMS na compra e venda de bebidas, principalmente o vinho.
De acordo com a assessoria do MPES, a escolha por não pedir a prisão temporária dos acusados se deve ao fato da investigação não ter terminado. Segundo a assessoria, com as investigações, novos suspeitos podem ter participação do esquema.
Os investigados estão presos desde o último dia 28 de maio. No dia 1 de junho, o prazo do primeiro pedido de prisão temporária terminou, mas o MPES pediu a prorrogação da prisão dos acusados por mais cinco dias. O prazo termina nesta sexta-feira (6) e todos devem deixar a prisão até à meia-noite.
Além de Ricardo Corteletti e Cristiano da Silva, o empresário Frederico de Lima e Silva Leone também esteve detido. Leone foi liberado da prisão na noite da última quarta-feira (30).
Entenda o caso
Uma operação, com o objetivo de desarticular e colher provas relativas a uma organização criminosa que atua no setor atacadista e varejista de bebidas no Espírito Santo e estados vizinhos, foi deflagrada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES). Somente no Estado, de acordo com o MPES, a ações da quadrilha teriam gerado um prejuízo de R$ 230 milhões aos cofres públicos. A “Operação Sanguinello” é realizada em parceria com a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), por meio da Receita Estadual.
No Espírito Santo, a operação mobiliza cinco promotores de Justiça, 30 auditores fiscais e 50 policiais militares, além de servidores de todas essas instituições. Em Minas Gerais, conta com a participação direta de quatro promotores de Justiça, 32 auditores fiscais e 60 policiais civis.
As investigações tiveram início em outubro de 2013, a partir de levantamentos feitos pela Receita Estadual e o Ministério Público do Espírito Santo e de Minas Gerais. Os fatos se tornaram mais evidentes a partir de fevereiro de 2014, quando um empresário, proprietário de um restaurante em Vila Velha, denunciou crimes de sonegação fiscal, associação criminosa e falsidades de toda ordem em sua página de uma rede social pouco antes de suicidar. O episódio corroborou com o trabalho que já vinha sendo executado pelo Ministério Público e a Receita Estadual do Espírito Santo.
No último dia 28, cinco pessoas foram detidas na Grande Vitória, acusadas de participação no envolvimento no esquema fraudulento.
Diarista empresta CPF e nome é usado em sonegação
O nome da diarista Marta Marques Mariano é apontado no esquema de sonegação de impostos na venda de bebidas alcoólicas no Estado. Empresas fantasmas, que deveriam funcionar em Cariacica, estão no nome da diarista. O suposto esquema de fraude foi descoberto durante a Operação Sanguinello. Ela deveria ser a sócia proprietária dos estabelecimentos, mas ela afirma que só este ano ficou sabendo dessas empresas.