Polícia

Operação Sanguinello: mais dois empresários prestarão depoimentos na tarde desta quarta-feira

Ricardo Corteletti e Cristiano da Silva foram presos no último dia 28, suspeitos de integrarem uma quadrilha que fraudou mais de 230 milhões de reais em impostos na venda de bebidas no ES

Operação também é realizada em municípios do Rio de Janeiro e Minas Gerais Foto: Divulgação

Os empresários Ricardo Corteletti e Cristiano da Silva prestarão depoimento na tarde desta quarta-feira (04) ao Ministério Público. Os dois foram presos no último dia 28 na Operação Sanguinello, suspeitos de integrarem uma quadrilha que fraudou mais de 230 milhões de reais em impostos na venda de bebidas no Estado.

O depoimento de Ricardo Corteletti deve começar por volta das 12h30, na sede do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público. O empresário é o proprietário da distribuidora NewRed, onde foram apreendidos documentos, notas fiscais, cheques e ainda 13 mil e 400 reais, 3 mil e 400 dólares e mais 3 mil e 200 euros em cédulas. 

Logo após o depoimento de Corteletti, o Ministério Público vai ouvir Cristiano da Silva, terceiro empresário suspeito de participação no esquema.

Apontado como um dos chefes da quadrilha, o empresário Frederico Leone prestou depoimento ao Ministério Público na tarde da última terça-feira (03). O teor das declarações do empresário não foi divulgado, porque, de acordo com o MP, as investigações do caso ainda não foram concluídas. 

Além de Leone, mais dois empresários tiveram a prisão temporária prorrogada pela Justiça por mais cinco dias. O grupo é suspeito de sonegar impostos no comércio de bebidas no Espírito Santo e em Minas Gerais. De acordo com o Ministério Público, existe a suspeita de que a fraude tenha custado mais de 230 milhões de reais aos cofres públicos entre 2011 e 2013. 

Entenda o caso

Uma operação, com o objetivo de desarticular e colher provas relativas a uma organização criminosa que atua no setor atacadista e varejista de bebidas no Espírito Santo e estados vizinhos, foi deflagrada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES). Somente no Estado, de acordo com o MPES, a ações da quadrilha teriam gerado um prejuízo de R$ 230 milhões aos cofres públicos. A “Operação Sanguinello” é realizada em parceria com a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), por meio da Receita Estadual.

No Espírito Santo, a operação mobiliza cinco promotores de Justiça, 30 auditores fiscais e 50 policiais militares, além de servidores de todas essas instituições. Em Minas Gerais, conta com a participação direta de quatro promotores de Justiça, 32 auditores fiscais e 60 policiais civis.

As investigações tiveram início em outubro de 2013, a partir de levantamentos feitos pela Receita Estadual e o Ministério Público do Espírito Santo e de Minas Gerais. Os fatos se tornaram mais evidentes a partir de fevereiro de 2014, quando um empresário, proprietário de um restaurante em Vila Velha, denunciou crimes de sonegação fiscal, associação criminosa e falsidades de toda ordem em sua página de uma rede social pouco antes de suicidar. O episódio corroborou com o trabalho que já vinha sendo executado pelo Ministério Público e a Receita Estadual do Espírito Santo.

Diarista empresta CPF e nome é usado em sonegação

O nome da diarista Marta Marques Mariano é apontado no esquema de sonegação de impostos na venda de bebidas alcoólicas no Estado. Empresas fantasmas, que deveriam funcionar em Cariacica, estão no nome da diarista. O suposto esquema de fraude foi descoberto durante a Operação Sanguinello. Ela deveria ser a sócia proprietária dos estabelecimentos, mas ela afirma que só este ano ficou sabendo dessas empresas.