O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), por meio da Receita Estadual, avaliam pedir a prorrogação das de Ricardo Lúcio Corteletti, Sandra da Penha Corteletti, Frederico de Lima e Silva Leone e Cristiano da Silva, investigados por fraude na “Operação Sanguinello”.
O prazo de cinco dias de prisão temporária termina no próximo domingo (5) e os detidos poderão ficar mais cinco dias na prisão. Outros presos na operação, João Batista Tomaz de Carvalho e Juscelino de Jesus Carvalho foram ouvidos na tarde da última quarta-feira (28) e em seguida foram colocados em liberdade, por terem colaborado com as investigações.
O casal Corteletti prestou depoimento. A mulher do empresário Ricardo, Sandra da Penha Corteletti, prestou depoimento ao MPES e à Receita Estadual das 19h30 às 23 horas da última quinta-feira (29/05). Na manhã e na tarde desta sexta-feira (30), ela prestou novo depoimento aos integrantes da Polícia e do MP de Minas. Já o empresário Frederico de Lima e Silva Leone depôs ao MPES das 13 horas às 19h30 de quinta-feira (29/05).
As apurações já apontam para diversas modalidades de fraudes com o objetivo de sonegar impostos dos cofres públicos, inclusive envolvendo a compra e venda de cerveja, e não apenas das chamadas “bebidas quentes” como foi apurado inicialmente.
Na próxima semana, haverá depoimentos de testemunhas e de outras pessoas que estão sob investigação. Em paralelo, integrantes do MPES e da Receita Estadual seguirão analisando documentos e o material apreendido na operação, o que inclui cheques, notas fiscais e documentos sobre diversas transações comerciais. Durante a operação, também foram apreendidos R$ 13.438, U$3.400 e €3.255 na empresa Newred Distribuidora Importação e Exportação LTDA, de propriedade do empresário Ricardo. Os valores foram depositados em uma conta judicial no Banestes.
A “Operação Sanguinello” foi realizada na última quarta-feira pelo MPES, por meio do Gaeco, e pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), por meio da Receita Estadual, com apoio da Polícia Militar. O objetivo foi desarticular e colher provas relativas a uma organização criminosa que atua no setor atacadista e varejista de bebidas em todo o Espírito Santo e Estados vizinhos, cujas ações em terras capixabas apontam para operações comerciais fraudulentas da ordem de R$ 230 milhões, apurados entre 2011 e 2013.
A operação
A “Operação Sanguinello” foi deflagrada na última quarta-feira (28), pelo MPES, por meio do Gaeco, e pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), por meio da Receita Estadual, com apoio da Polícia Militar. O objetivo foi desarticular e colher provas relativas a uma organização criminosa que atua no setor atacadista e varejista de bebidas em todo o Espírito Santo e Estados vizinhos, cujas ações em terras capixabas apontam para operações comerciais fraudulentas da ordem de R$ 230 milhões
Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão pelos agentes do Gaeco/MPES, da Sefaz e da Polícia Militar, em Vitória, Vila Velha e Cariacica. Também foram cumpridos cinco dos seis mandados de prisão temporária emitidos pela Vara da Central de Inquéritos de Vitória, além da realização de diligências fiscais e efetivação de ordens judiciais de sequestro de bens, ativos e valores supostamente desviados, visando à restituição das quantias sonegadas. Alvo de um dos mandados de prisão, Sandra da Penha Corteletti se apresentou ao Gaeco, por volta das 13 horas, da última quarta-feira.
Os trabalhos visam estancar todas as causas e vertentes do esquema fraudulento, bem como colher provas e informações para futuras autuações fiscais e ações penais, além de atingir os mentores, executores e beneficiados das práticas investigadas, e ainda possibilitar o cálculo dos reais prejuízos aos cofres públicos.
As investigações tiveram início em outubro de 2013, a partir de levantamentos feitos pela Receita Estadual e o Ministério Público do Espírito Santo e de Minas Gerais. Os fatos se tornaram mais evidentes a partir de fevereiro de 2014, quando um empresário, proprietário de um restaurante em Vila Velha, denunciou crimes de sonegação fiscal, associação criminosa e falsidades de toda ordem em sua página de uma rede social pouco antes de suicidar. O episódio corroborou com o trabalho que já vinha sendo executado pelo Ministério Público e a Receita Estadual do Espírito Santo.
A operação e as investigações são realizadas em parceria com Ministério Público, a Secretaria da Fazenda e a Polícia Civil de Minas Gerais, onde também foram realizadas buscas e apreensões.