Uma operação, com o objetivo de desarticular e colher provas relativas a uma organização criminosa que atua no setor atacadista e varejista de bebidas no Espírito Santo e estados vizinhos, foi deflagrada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), na manhã desta quarta-feira (28).
Somente no Estado, de acordo com o MPES, a ações da quadrilha teriam gerado um prejuízo de R$ 230 milhões aos cofres públicos. A “Operação Sanguinello” é realizada em parceria com a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), por meio da Receita Estadual.
A operação consiste no cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão pelos agentes do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Sefaz e da Polícia Militar, seis mandados de prisão temporária emitidos pela Vara da Central de Inquéritos de Vitória, além da realização de diligências fiscais e efetivação de ordens judiciais de sequestro de bens, ativos e valores supostamente desviados, visando à restituição das quantias sonegadas.
Os trabalhos visam a estancar todas as causas e vertentes do esquema fraudulento, bem como colher provas e informações para futuras autuações fiscais e ações penais, além de atingir os mentores, executores e beneficiados das práticas investigadas, e ainda possibilitar o cálculo dos reais prejuízos aos cofres públicos.
A operação e as investigações são realizadas em parceria com Ministério Público, a Secretaria da Fazenda e a Polícia Civil de Minas Gerais, onde também são realizadas buscas e apreensões, tendo em vista que as fraudes se estenderam por municípios de Minas Gerais e Rio de Janeiro. A Fazenda e a polícia mineira enviaram servidores para colaborar com as ações no Estado.
No Espírito Santo, a operação mobiliza cinco promotores de Justiça, 30 auditores fiscais e 50 policiais militares, além de servidores de todas essas instituições. Em Minas Gerais, conta com a participação direta de quatro promotores de Justiça, 32 auditores fiscais e 60 policiais civis.
As investigações tiveram início em outubro de 2013, a partir de levantamentos feitos pela Receita Estadual e o Ministério Público do Espírito Santo e de Minas Gerais. Os fatos se tornaram mais evidentes a partir de fevereiro de 2014, quando um empresário, proprietário de um restaurante em Vila Velha, denunciou crimes de sonegação fiscal, associação criminosa e falsidades de toda ordem em sua página de uma rede social pouco antes de se suicidar. O episódio corroborou com o trabalho que já vinha sendo executado pelo Ministério Público e a Receita Estadual do Espírito Santo.