Polícia

Família de empresários é suspeita de aplicar golpe de R$ 500 milhões com venda de veículos no ES

Quatro integrantes da família, ligada à empresa do ramo de cosméticos, chegaram a ser presos em Guarapari

Foto: Divulgação/Polícia Civil

Quatro pessoas de uma mesma família são investigadas pela polícia sob suspeita de aplicarem um golpe milionário, de cerca de R$ 500 milhões, envolvendo compra e venda de veículos no Espírito Santo.

Uma mulher de 48 anos e três homens, de 22, 38 e 48 anos, chegaram a ser presos na tarde desta quarta-feira (13), em Guarapari. Entretanto, na tarde desta quinta-feira (14), segundo consta no sistema do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), três deles já foram soltos após a expedição de habeas corpus. 

De acordo com a Polícia Civil, os quatro são proprietários de um grupo empresarial e fizeram dezenas de vítimas com os golpes em todo o Espírito Santo, resultando em prejuízo estimado em cerca de R$ 500 milhões. Eles são investigados pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

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Os integrantes foram localizados durante a Operação Xampu II, na região de Iguape, zona rural de Guarapari, que teve o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão, assim como mandados de prisão de investigados por suspeita de um golpe milionário envolvendo a compra e venda de veículos.

A ação foi realizada pela Polícia Civil do Estado do Espírito Santo, por meio da Superintendência de Ações Estratégicas e Operacionais (SIAE) e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas (Draco).

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Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas empresas e residências dos investigados, resultando na apreensão de computadores, celulares e outros aparelhos eletrônicos.

A Justiça também determinou o bloqueio de valores no montante de R$ 5 milhões das contas dos investigados e empresas ligadas ao grupo criminoso. Em depoimento, os suspeitos não confessaram os crimes. 

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As investigações prosseguirão para verificar o real prejuízo gerado nos golpes aplicados, bem como para recuperar os valores obtidos pela organização criminosa.

Operação Xampu II: saiba como era realizado o golpe

De acordo com a apuração realizada pela Draco, o modus operandi do grupo investigado envolvia a aquisição de veículos, nos quais pagavam o valor de tabela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) de maneira parcelada, utilizando cheques emitidos por empresas associadas aos criminosos. No entanto, não realizavam os pagamentos.

Em seguida, esses veículos eram revendidos à vista, mas por um valor significativamente inferior, aproximadamente 70% ou até menos do que o montante acordado na aquisição. O montante obtido com as vendas era direcionado para as empresas vinculadas ao grupo.

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A transferência dos veículos ocorria principalmente de forma direta entre o antigo e o novo proprietário, dificultando a fiscalização.

A partir do final do ano de 2022, o grupo expandiu suas atividades, adquirindo centenas de veículos por meio de cheques, sem, no entanto, honrar os pagamentos, resultando em um prejuízo milionário.

Durante as investigações da Draco, foi descoberto que parte do dinheiro obtido era investida em uma empresa da família atuante no ramo de cosméticos, por isso o nome da Operação Xampu I.

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Além disso, a Polícia Civil identificou que o empreendimento familiar estava sendo utilizado para a prática de lavagem de dinheiro.

Operação Xampu I

A primeira fase da operação foi realizada no dia 29 de setembro deste ano, quando foram cumpridos seis alvos de mandado de busca e apreensão em Guarapari, Viana e Cariacica. Nesta fase, nenhum suspeito foi detido.

Foram apreendidos cerca de R$ 60 milhões em cheques, R$ 11 mil em espécie, um rifle calibre 22, um revólver calibre 38, uma pistola calibre 40, duas pistolas calibre 9mm, diversas notas promissórias, assim como aproximadamente R$ 1,9 milhão em cheques e contratos, telefones, ipad, macbook, diversos pen drives e uma pistola..

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Adicionalmente, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 7 milhões em veículos dos investigados, que estarão disponíveis para ressarcimento das vítimas. 

Os investigados nessa primeira fase já foram denunciados por crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, associação criminosa e crime contra a ordem tributária.

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O nome “Operação Xampu” faz referência à descoberta, durante a investigação, de que parte do dinheiro obtido era investida em uma empresa da família atuante no ramo de cosméticos. 

Além disso, a polícia ainda identificou que outro empreendimento familiar estava sendo utilizado para a prática de lavagem de dinheiro.

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