Polícia

Ordem para matar chefe do tráfico na Serra partiu de presídio, diz polícia

Eduardo Henrique Ferreira da Silva teria sido morto a mando de Pedro Cortes Falcão, que cumpre pena por homicídio no Presídio de Segurança Máxima

Ordem para matar chefe do tráfico na Serra partiu de presídio, diz polícia
Eduardo chefiava o tráfico de drogas em Maringá e foi morto em janeiro deste ano | Foto: TV Vitória

A Polícia Civil concluiu que a ordem para matar o antigo chefe do tráfico de drogas do bairro Maringá, na Serra, partiu de um traficante preso no Presídio de Segurança Máxima, em Viana. De acordo com o inquérito concluído pela Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) do município, Eduardo Henrique Ferreira da Silva Júnior foi assassinado a mando de Pedro Cortes Falcão, o “Pedrinho”, que cumpre pena por homicídio.

Ao todo, 11 pessoas foram presas suspeitas de participação no assassinato de Eduardo, ocorrido no dia 12 de janeiro deste ano. Segundo o titular da DCCV da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, mesmo cumprindo pena no Presídio de Segurança Máxima, Pedrinho segue comandando o tráfico em Maringá, inclusive com apoio da mulher, Amanda Marcos de Brito dos Santos, que está entre os 11 presos.

O esquema para eliminar Eduardo, de acordo com a polícia, incluiu outras duas mulheres: Waleska Uchoa Dutra e Maria da Penha Uchoa Brás, conhecida como Dona Preta, que é apontada como chefe do tráfico em Chácara Parreiral, também na Serra.

“O Eduardo gerenciava o tráfico de drogas para ele [Pedrinho] no bairro Maringá. Eles tiveram uma desavença e o Pedro determinou que ele entregasse a gerência do tráfico para o Davidson, vulgo Dedê, que gerencia o tráfico de drogas também no bairro Central Carapina. O Eduardo não acatou a ordem do Pedrinho e não repassou a gerência do tráfico para o Dedê. Em razão disso, o Pedrinho determinou que executassem o Eduardo. A ordem veio de dentro do presídio e quem transmitiu a ordem ao Dedê foi a mulher do Pedrinho. O Davidson, para executar o Eduardo, teria que pedir autorização à dona do tráfico do bairro Chácara Parreiral, que é a Dona Preta. Ele foi até o bairro e pediu autorização a ela”, contou o delegado.

Onze pessoas já foram presas por envolvimento no crime e dois estão foragidos | Foto: Reprodução

A polícia apurou que, além de autorizar o crime, Dona Preta escolheu quem seriam os executores e definiu a emboscada para atrair Eduardo até a morte. “Foram quatro indivíduos que aguardavam a vítima no local. O filho da Dona Preta foi o responsável por levar os executores até o local e dar fuga a eles. Um dos indivíduos que participaram do crime era, até então, amigo do Eduardo. Ele, se aproveitando dessa amizade que tinha com Eduardo, ficou responsável por atrair a vítima até o local do crime. Quando os dois chegaram, quatro indivíduos aguardavam ele no local, surpreenderam a vítima e efetuaram disparos de arma de fogo, sem chances de defesa para a vítima, que foi a óbito no local”, contou Sandi Mori.

A equipe da DCCV da Serra ainda procura por dois suspeitos de envolvimento no crime: Davidson Chaves, o “Dedê”, e João Pedro Vago de Souza. “Eu peço para a população que, se tiver alguma informação desses dois indivíduos, que liguem para o disque-denúncia 181, que o sigilo é garantido. Também podem fazer denúncia pela nossa página no Facebook, que também é garantido o sigilo do perfil e também das mensagens que são enviadas para nós”, frisou o delegado.

A operação para o cumprimento dos mandados de prisão dos suspeitos de participação na morte de Eduardo também resultou na apreensão de maconha e cocaína, além de mais de R$ 10 mil em dinheiro, supostamente gerados pelo tráfico de drogas. Os policiais da DCCV da Serra também prenderam Farley Cardoso da Silva e Igor Passos dos Santos. Segundo o delegado, eles praticaram um homicídio em Nova Venécia, no noroeste do Estado, e fugiram para a Serra.