Um professor de 56 anos foi indiciado por participar de produção e armazenamento de pornografia infantil. O inquérito da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) foi concluído nesta sexta-feira (07). Segundo as investigações, o material era produzido por meio de trocas de arquivos de imagem e vídeo, via aplicativo de conversa, que o suspeito mantinha com uma aluna de apenas 14 anos.
As conversas foram descobertas pelo pai da adolescente, que começou a desconfiar do rendimento escolar da filha e resolveu investigar a vida da filha. No final do ano passado ele encontrou as mensagens no celular da menina, procurou a polícia e denunciou o fato.
Em depoimento, o pai disse que, no meio do ano passado, percebeu que havia alguma coisa errada com a filha e decidiu avaliar o desempenho escolar da adolescente. Ele notou que a menina, que sempre foi boa aluna, passou a apresentar notas abaixo do comum justamente na matéria lecionada pelo professor suspeito.
A equipe de reportagem da TV Vitória/Record TV teve acesso a algumas das mensagens trocadas entre aluna e professor e que foram anexadas ao inquérito. Em uma delas, a menina afirma que teve que deletar as fotos do professor porque teve medo que o pai descobrisse.
De acordo com o inquérito, a troca de mensagens durou meses, até o ponto em que o professor propôs que a adolescente tivesse sua primeira relação sexual com ele. Na mensagem, o suspeito prometeu ser carinhoso e jurou amor eterno.
“Ele deveria educar e respeitar sobretudo essa criança, de apenas 14 anos de idade. Mas, infelizmente, veio a manter uma série de diálogos inapropriados e veio a manter, através de redes sociais, uma troca de imagens e vídeos de cunho pornográfico e, sobretudo, de uma série de áudios absolutamente inapropriados para uma idade de 14 anos”, ressaltou o titular da DPCA, delegado Lorenzo Pazolini.
Ainda segundo o delegado, o professor vai responder ao processo em liberdade. A pena, caso ele seja condenado, pode chegar a 14 anos de prisão.
Para Lorenzo Pazolini, a atenção do pai às atitudes da filha impediram que algo pior acontecesse. O titular da DPCA orienta que o menor sinal pode significar que alguma coisa está errada.
“É fundamental a manutenção do diálogo no interior da residência e, sobretudo, da observação e da fiscalização. Porque o pai ou responsável, além de ter o dever legal, tem o dever moral de observar, dialogar e fiscalizar crianças e adolescentes”, frisou o delegado.