A filha da faxineira Creonice Coutinho dos Santos, agredida pelo bacharel em Direito Bertrand Aron Vibert Franceschi, de 31 anos, disse que ficou chocada quando soube do incidente ocorrido com a mãe. A agressão ocorreu na tarde desta quinta-feira (29) em um edifício da Praia do Canto.
“Foi chocante. Perdi o chão na hora. Foi um desespero porque eu estava trabalhando aí a amiga dela ligou e disse que minha mãe havia sido espancada no serviço. Algo que eu nunca esperava porque ela é querida por todos lá, onde trabalha há 5 anos”, disse a auxiliar de cozinha.
Segundo ela, quando ficou sabendo do fato, pegou um táxi e foi correndo ao encontro da mãe. “Vi ela naquela maca e sendo socorrida. A médica falou que ela não tinha sequelas e estava consciente. Foi um alívio de ter visto ela com os olhos abertos e falando comigo”, declarou à reportagem da TV Vitória.
Segundo a filha de Creonice, até agora a mãe não tocou no assunto. “Não quis me dizer nada. Vou esperar ela tocar”, disse a auxiliar de cozinha, que revelou que a mãe tem problemas cardíacos. “Não quero relembrar isso porque foi um trauma muito grande”, disse a moça, que admitiu que não viu as imagens da agressão flagradas pelo sistema de videomonitoramento do prédio, nem leu entrevistas.
“Ela saiu para trabalhar. Ela é uma pessoa honesta. E pelo que me disseram ele acusou ela de roubo, só que nunca aconteceu isso. Ela é honesta e sempre trabalhou e lutou para me criar e criar minha irmã. Estou sem palavras”, finalizou.
A faxineira recebeu alta do hospital São Lucas na manhã desta sexta-feira (30). Ela estava internada no hospital São Lucas e prestou um rápido depoimento à Delegacia Regional de Vitória. A vítima também já foi submetida a exames de lesão corporal no Departamento Médico Legal (DML).
O agressor
O agressor Bertrand Aron Franceschi foi levado na manhã desta sexta ao Centro de Triagem de Viana (CTV). Ele foi autuado por tentativa de homicídio qualificado por feminicídio, porte e uso de drogas, já que confessou à polícia que havia feito uso de parte dos 15 pinos de cocaína que adquiriu em uma festa.
À reportagem da TV Vitória, Bertrand disse que não acredita no que fez.
“Não acredito que fiz aquilo. Não é que não acredito, porque o filme está lá mostrando, só que do momento em que saí do carro até o momento em que acordei ao redor das pessoas que foram socorrer a moça, não lembro de absolutamente nada. E eu não faria isso com uma mulher, pelo amor de Deus, tenho duas irmãs e uma mãe”.
Dizendo ser uma pessoa tranquila, o bacharel em Direito disse que não quis ver as imagens da agressão. “Nem queria ver porque eu não ia fazer aquilo. Não é da minha natureza, sou uma pessoa muito tranquila”.
O agressor também pediu desculpas à vítima. “Queria pedir desculpas realmente para ela, o porteiro, a outra moça. Eles que me conhecem do dia a dia e sabem que eu não faria isso. Realmente em alguns momentos a gente não sabe o que vai acontecer”.