A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (4) operação para desarticular uma organização criminosa suspeita de coordenar extração ilegal de madeiras nobres dentro de terra indígena no Pará, responsável por dano ambiental estimado em quase R$ 900 milhões, informou a PF em comunicado.
Cerca de 40 policiais cumprem 10 mandados de condução coercitiva, 11 de sequestro de bens e valores e 6 de busca e apreensão em oito cidades nos Estados do Pará, Santa Catarina e Paraná como parte da chamada operação Anhangá Arara.
A investigação, iniciada após relatório do Ibama apontar que a terra indígena Cachoeira Seca (PA) estava sendo alvo de madeireiras clandestinas, identificou grupo empresarial responsável por coordenar a extração da madeira nobre Ipê, de acordo com a PF.
O grupo dava teor legal à madeira extraída ilegalmente fraudando créditos florestais através da inserção de dados falsos no sistema que controla a comercialização e transporte de produtos florestais no Pará.
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“Após isso, a madeira era transmitida entre empresas do grupo até ser exportada por meio de portos de Belém e do Sul do Brasil”, disse a PF em nota, acrescentando que o material era enviado para outros países na América, Europa e Ásia.
O esquema criminoso foi responsável por dano ambiental no valor de mais de R$ 574 milhões pelas atividades realizadas na terra indígena Cachoeira Seca, somados a mais de R$ 322 milhões causados pela abertura de áreas de corte raso, totalizando mais de R$ 897 milhões em danos, segundo laudo pericial da PF.
O nome da operação, Anhangá Arara, faz referência à proteção da morada dos índios.