Polícia

PF faz Operação contra fraudadores do Enem e de outros vestibulares

Segundo as investigações, grupo pretendia fraudar o Enem 2016, permitindo que pessoas não efetivamente aptas pudessem ter acesso aos cursos, mediante compra de vaga

Polícia Federal realizou, neste domingo, a Operação Embuste, para desarticular uma organização criminosa especializada em fraudar processo seletivo Foto: Divulgação

A Polícia Federal, com o auxílio do Ministério Público Federal (MPF) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), deflagrou na tarde deste domingo, 6, a Operação Embuste para desarticular uma organização criminosa especializada em fraudar processo seletivo para ingresso no ensino superior.

Segundo as investigações, o grupo pretendia fraudar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016, permitindo que pessoas não efetivamente aptas pudessem ter acesso aos cursos, mediante uma compra de vaga, especialmente no curso de Medicina.

De acordo com a PF, os envolvidos já teriam neste ano fraudado ao menos dois processos seletivos: o vestibular realizado na cidade de Mineiros, em Goiás, ocorrido nos dias 15 e 16 de outubro, e o vestibular para Medicina, realizado em Vitória da Conquista, na Bahia, nos dias 22 e 23.

A operação cumpre 28 mandados judiciais, sendo quatro de prisão temporária, quatro de condução coercitiva, 15 de busca e apreensão e cinco mandados de sequestro de bens, todos expedidos pela Justiça Federal de Montes Claros, em Minas Gerais.

No decorrer das investigações, a PF conseguiu identificar o repasse de gabaritos para candidatos em diversas partes do País, o que evidencia a fraude ao Enem 2016. Ainda segundo a polícia, os presos poderão responder por crimes contra a fé pública, o patrimônio, a paz pública, entre outros delitos.

Escutas

Uma das prisões feitas durante a Operação Embuste aconteceu em Fortaleza (CE). Um candidato que fazia as provas do Enem foi preso em flagrante pelo uso de escutas. A prisão foi feita por policiais federais em uma universidade do centro da capital cearense.

Segundo a Polícia Federal, o candidato tinha equipamentos eletrônicos presos ao corpo com pontos de escuta nos ouvidos. Em depoimento dado na sede da superintendência do órgão em Fortaleza, o candidato se identificou como secretário da saúde de um município do Ceará. Ele poderá responder na Justiça Federal pelos crimes contra a fé pública, o patrimônio e a paz pública.

Jogo Limpo

Outra operação deflagrada pela Polícia Federal neste domingo aconteceu nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Tocantins, Amapá e Pará. A Operação Jogo Limpo tem como alvo cumprir 22 mandados de busca e apreensão de pessoas suspeitas de terem cometido fraude no Enem e que fariam a prova novamente este ano. 

Segundo a PF, foram identificadas 22 pessoas que teriam apresentado respostas suspeitas de fraude, a partir da análise de gabaritos apresentados em anos anteriores. A identificação foi feita em conjunto com o Inep.

Confirmada a fraude, os investigados poderão responder pelos crimes de estelionato, cuja pena é reclusão de um a cinco anos e multa; uso de documento falso; fraude em certame de interesse público, cuja pena é reclusão de um a quatro anos e multa; e crime por integrar organização criminosa, reclusão de 3 a 8 anos e multa.

Com informações do Estadão Conteúdo e Agência Brasil