Polícia

PF mira grupo que pagava propina a servidores para ganhar licitações na área da saúde no ES

Investigação da Polícia Federal apontou que empresários pagavam propina para serem favorecidos em licitações. Um servidor público também é investigado

caixas de medicamentos
Foto: Divulgação / Polícia Federal

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão nas cidades de Vila Velha, Vitória e Cariacica em uma investigação que apura corrupção e desvio de recursos públicos na área da saúde.

Segundo a corporação, os investigados são um servidor público e empresários, que participariam de esquema que previa o pagamento de propina para obter favorecimento em licitações para compra de medicamentos e equipamentos hospitalares. Ainda não há detalhes se o servidor alvo da operação é do governo estadual ou municipal.

A Operação Anomia foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (13) e também tem alvos no Rio de Janeiro e São Paulo. Foram 157 policiais federais e 05 auditores da Controladoria Geral da União (CGU) para cumpriram 43 mandados nas cidades capixabas. Foram implementadas 26 ordens de sequestro/bloqueio de bens e valores, até o montante total de R$ 3,8 milhões.

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Os envolvidos poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, fraude em licitações, peculato e associação criminosa. As penas para esses crimes, somadas, podem ultrapassar 20 anos de reclusão.

Pagamento de propina para ganhar licitações, segundo a PF

A investigação apontou que empresários corromperam o servidor público por meio do pagamento de propinas na ordem de 10% dos empenhos. Isso foi em troca de favorecimento em licitações direcionadas, contratações irregulares e superfaturadas.

Além disso, durante as apurações, foram colhidos indícios de que os empresários usavam a central de abastecimento farmacêutico do hospital público como extensão de seus estoques. Eles retiravam materiais para vender novamente a outros clientes com a conivência de servidores.

As investigações foram iniciadas em 2024, após a Polícia Federal obter diálogos suspeitos entre servidor público da área da saúde e empresários fornecedores de materiais hospitalares e medicamentos.

Carol Poleze, repórter do Folha Vitória
Carol Poleze Repórter
Repórter
Graduada em Jornalismo e mestranda em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).