Os policiais militares da Bahia desistiram de retomar a greve após a prisão do líder da paralisação, o vereador Marco Prisco (PSDB), de Salvador. O objetivo é não prejudicar a defesa de Prisco, que entrou ontem em Brasília com um pedido de habeas corpus para libertá-lo.
O recuo foi decidido depois de uma reunião de lideranças de seis associações e do deputado estadual e capitão da PM Tadeu Fernandes (PSB), que assumiu o comando do movimento após prisão de Prisco. Fernandes se reuniu com a ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça e pré-candidata ao Senado pelo PSB na Bahia, Eliana Calmon, que os orientou juridicamente e mostrou que uma nova greve prejudicaria Prisco.
À tarde, o pedido da defesa foi examinado pelo desembargador José Amílcar Machado, que estava de plantão no Tribunal Regional Federal da 1.ª Região. Ele decidiu remeter o caso ao Supremo Tribunal Federal. É o ministro Joaquim Barbosa, que deve analisar o pedido de liminar para soltar o vereador.
Prisco teve a prisão decretada no dia 15 pela Justiça Federal a pedido da Procuradoria da República. Detido anteontem pela Polícia Federal, ele foi levado para o presídio da Papuda, em Brasília. Para a procuradoria – que o denunciara em 2013 por causa da greve da PM de 2012 -, ao fomentar a nova paralisação, o vereador “apostou no terror” e voltou a promover desordens, cometendo os mesmos delitos. Assim, a prisão era necessária para garantir a ordem pública.
Atração
Salvador viveu ontem um dia com patrulhamento da Polícia Militar, da Força Nacional de Segurança e do Exército. Integrantes das tropas federais rondaram pontos turísticos da cidade, como o Pelourinho e a Avenida Oceânica, perto do Farol da Barra. Turistas chegaram a tiros fotos com soldados do Exército.
Em Feira de Santana, os PMs se aquartelaram anteontem. Com isso, o transporte público foi suspenso. Ontem, tropas do Exército foram deslocadas para a cidade. À tarde, os policiais decidiram voltar ao trabalho, após uma assembleia com a presença do coronel Aldemário Xavier, do Comando Regional Leste. (Heliana Frazão e Antonio Carlos Garcia, especiais para a AE)