Após mais de uma semana sem o efetivo policial completo nas ruas, militares de Vila Velha resolveram se apresentar ao trabalho nesta terça-feira (14), em protesto às pressões sofridas e ao silêncio diante da nova proposta apresentada pelas mulheres.
Os policiais militares marcharam em direção ao 4º Batalhão do Ibes e chamaram atenção dos moradores da região. Eles receberam chamado para assumir o serviço nesta manhã na Prainha, mas se uniram e decidiram cumprir a escala de trabalho no Batalhão.
De acordo com os militares, eles são impedidos de sair fardados do Batalhão pelas esposas e familiares que, desde o último dia 03, bloqueiam os portões do Quartal Geral e outros batalhões do Estado.
Um dos motivos da decisão de se apresentar ao trabalho no local é a solidariedade em relação à pressão sofrida por colegas de profissão. “É em apoio aos colegas que estão lá sendo torturados. O BME está sendo torturado lá no 38º BI, está sendo torturado para ir à rua. Toda vez que eles saem com a medida punitiva, acirram-se os ânimos e deixam ainda mais revoltados quem está nos batalhões”, afirma um militar, que não quis se identificar.
O pedido inicial da manifestação era um reajuste salarial de 47% e melhores condições de trabalho. Diante da afirmação do Governo da falta de verba para o reajuste, a comissão das mulheres apresentou uma nova proposta na última segunda-feira (13).
Os PMs voltariam ao trabalho sem o reajuste. Em troca, elas pediam anistia a todos os policiais e alguns benefícios como auxílio-alimentação e auxílio-farda. Porém, as mulheres afirmaram que, até o momento, não houve nenhum retorno.
Uma das representantes afirma que, com um acordo, o trabalho será normalizado imediatamente. “Ele (o Governador) informando que essa nova proposta será aceita, todos os policiais estarão retornando imediatamente para as ruas, o que não está acontecendo até o momento”, explica a representante.