Mais de 1,8 mil caranguejos que seriam vendidos ilegalmente foram apreendidos em Cariacica, nesta terça-feira (26). A apreensão ocorreu porque a comercialização do caranguejo-uçá está proibida até o fim do mês, por causa do período de “andada”, época em que o crustáceo se reproduz.
Os caranguejos foram encontrados pela Polícia Militar Ambiental dentro de uma residência no bairro Nova Rosa da Penha, por volta das 11 horas. Eles estavam acondicionados em várias sacolas.
O dono da residência foi detido e levado para a Delegacia Regional de Cariacica. Segundo o sargento Arnaldo, da PM Ambiental, o local funcionava como um depósito.
Operação
O período de andada do caranguejo-uçá teve início nesta segunda-feira (25). No primeiro dia de restrição à captura e comércio do crustáceo, foi realizada uma operação conjunta, com o objetivo de coibir a cata da espécie nos manguezais de Vitória, Cariacica e Serra. Durante a ação foram apreendidos 900 metros de rede de pesca e cinco quilos de pescado.
A operação foi realizada pela Polícia Militar Ambiental, Polícia Civil, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, secretarias municipais de Meio Ambiente de Vitória, Cariacica e Serra, além da ONG “Últimos Refúgios” e servidores da Guarda Municipal de Vitória. Foram percorridos manguezais na confluência dos rios Santa Maria e Canal dos Escravos.
Durante a fiscalização, foram recolhidas três redes de espera, totalizando 900 metros de comprimento, na Estação Ecológica Ilha do Lameirão, em Vitória. De acordo com a PM Ambiental, por se tratar de uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, não é permitida a pesca no local.
Os peixes e siris que haviam sido pescados e ainda se encontravam vivos foram soltos no habitat natural. Já os cinco quilos de pescado recolhidos foram doados para a alimentação das tartarugas da base do Projeto Tamar, em Vitória.
Durante os períodos de andada do caranguejo-uçá não serão permitidas a captura, comercialização, transporte, confinamento em cativeiro e estoque dos animais. Quem desobedecer às determinações da Portaria 001-R de 2016, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), responderá por crime contra os recursos pesqueiros. A pena prevista é de detenção de um a três anos e multa.