Pouco menos de um ano após uma chacina que terminou com pelo menos três pessoas de uma mesma família assassinadas e carbonizadas em uma propriedade rural no interior de Linhares, no norte do Estado, a polícia enfim conseguiu elucidar o caso.
Nesta sexta-feira (04), a Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) do município, responsável pelo caso, confirmou que mais uma pessoa morreu vítima do crime, ocorrido no dia 11 de dezembro do ano passado: a menina Mirela Telek Costa, de apenas 3 anos, que foi dada como desaparecida logo após a chacina.
Também nesta sexta-feira, durante entrevista coletiva, o titular da DCCV de Linhares, André Jaretta, apresentou dois dos três acusados de terem cometido o crime: os irmãos Ismael Vitor dos Santos Júnior, de 30 anos, e Jairo Conceição dos Santos, de 22.
Um terceiro suspeito, também irmão dos detidos, continua foragido. Ele foi identificado como Maurício Ramos dos Santos, o “Maurição”, de 34 anos. Segundo a polícia, os três irmãos são naturais da Bahia e apenas Maurição possui passagem pela Justiça, por roubo.
De acordo com André Jaretta, os criminosos mataram primeiro Flávio Telek de Oliveira, de 22 anos, e Elielson de Souza, conhecido como “Léo”. Os dois foram assassinados a pauladas e golpes de facão, em uma mata próxima à propriedade onde moravam, na localidade de Córrego São João, distrito de São Rafael, em Linhares.
Em seguida, segundo o delegado, os criminosos foram até a casa onde a família morava e asfixiaram Francieli Telek de Oliveira, de 21 anos, e Mirela, filha de Francieli, até a morte. Os corpos de todas as vítimas foram incendiados.
De acordo com o titular da DCCV de Linhares, Ismael ainda teria dito aos irmãos para não matarem a criança. No entanto, Maurição teria o convencido do contrário. Por conta do tamanho da menina e do fato de o corpo dela ter sido carbonizado, a polícia não conseguiu encontrá-la e, durante o início das investigações, Mirela havia sido dada como desaparecida.
Ainda segundo André Jaretta, o motivo da barbaridade foi o fato de os acusados terem tido desavenças com Flávio e Elielson. Ambos trabalhavam em propriedades agrícolas de um mesmo dono, porém em localidades diferentes.
O delegado ressaltou ainda que, caso condenados, os acusados poderão pegar 120 anos de prisão cada um – 30 anos para cada vítima. Ismael e Jairo foram conduzidos para o Centro de Detenção Provisória de Aracruz, onde permanecem à disposição da Justiça.
A polícia pede ainda que quem tiver qualquer informação que ajude a localizar Maurição deve entrar em contato com o disque-denúncia, pelo telefone 181. Não é preciso se identificar e o sigilo é garantido.