Um homem identificado como Marcus, conhecido como “Marquinhos”, apontado como mandante da morte do empresário Elissandro Lopes Siqueira, de 41 anos, mandou um áudio via Whatsapp para a mãe do executor do crime para confirmar o pagamento pelo assassinato.
O crime ocorreu em Ibiraçu, região Norte do Espírito Santo, e de acordo com a Polícia Civil, Marcus teria encomendado o assassinato do sócio por R$ 5 mil a um jovem de 18 anos, identificado como Kleber.
No áudio, enviado para a mãe de Kleber, ele alega que ajudaria o executor a se esconder e tranquiliza a mulher, dizendo que tudo daria certo.
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“Estou levando o dinheiro para ele, fala para ele esperar no ponto estratégico. Fala para ele me esperar no asfalto, estou levando o dinheiro para ele e amanhã à noite ou hoje à noite, eu levo o restante. Vai dar certo. Qualquer coisa, eu levo ele para um barraco que tem aqui no Planalto, ele fica entocado no barraco, não vai dar nada, é só ele ficar entocado no barraco”.
O assassinato teria sido motivado por uma dívida de cerca de R$ 100 mil que Elissandro tinha com “Marquinhos”.
De acordo com o titular da Delegacia de Polícia (DP) de Ibiraçu, delegado Rodrigo Peçanha, do valor combinado de R$ 5 mil, apenas R$ 3 mil foram entregues ao executor do crime.
“O crime foi tão premeditado, que provocou uma situação que a vítima e o executor entrassem numa briga e criassem ali um álibi, que o crime teria acontecido entre o patrão e um empregado. Ele prometeu um valor de R$ 5 mil, mas R$ 3 mil foram entregues. Ele dizia que era uma questão de honra, porque ajudou o sócio a se erguer”, relatou.
Executor foi contratado para criar álibi
Marcus conhecia Kleber, que tem 18 anos, desde que o rapaz era criança. Ele encomendou o assassinato de Elissandro ao jovem pela quantia de R$ 5 mil.
Para criar um álibi para o crime, Marcus contratou Kleber como funcionário da empresa que mantinha com o sócio, para fazer parecer que o assassinato teria sido motivado por uma desavença entre patrão e funcionário.
De acordo com a investigação da Polícia Civil, o mandante teria criado uma briga entre o assassino e a vítima, que culminou com o assassinato de Elissandro com um tiro na cabeça.
Por conta da premeditação do crime, Marcus responderá como se fosse executor do assassinato, não apenas como mandante, explica o delegado-geral da Polícia Civil (PCES), José Darcy Arruda.
“A gente entende que de fato este é um crime muito cruel, porque um crime de mando é perverso. E este empresário vai responder como se autor fosse. Mesmo não estando na cena do crime, ele responde como autor. Nós adotamos a teoria do domínio total do fato, então ele vai responder às raias da Justiça como se estivesse na hora executando aquela pessoa”, disse.
Ainda segundo a investigação, Marcus teria ajudado o assassino a fugir do local do crime, além de ter entregue a arma utilizada para assassinar o sócio. O homicídio foi testemunhado por diversas pessoas.
Desde o assassinato, Marcus estava foragido e auxiliou na fuga de Kleber para uma zona rural de Governador Valadares, em Minas Gerais.
Sócio foi preso na semana passada
Marcus foi preso na casa da namorada, na cidade de Aracruz. também no Norte do Estado. Ele estava sendo monitorado pelo cerco inteligente e foi detido pela Força Tática da Polícia Militar.
De acordo com o comandante-geral da PMES, coronel Douglas Caus, a participação do Cerco foi fundamental para a prisão do suspeito, e a casa da namorada já era monitorada pela PM;
“A nossa Agência de Inteligência do 5º Batalhão, depois da expedição do mandado de prisão que a Polícia Civil nos passou, começou a fazer a vigilância em frente à casa da namorada do empresário. Essa câmera pertence ao cerco inteligente e foi fundamental. Ao detectar este indivíduo chegando na casa da namorada, o agente de inteligência já estava no cerco, acionou a Força Tática de Aracruz, que foi até o local e efetuou a prisão”, disse.
Executor foi preso em Minas Gerais
Kleber foi preso em uma zona rural do município de Governador Valadares, em Minas Gerais. Segundo a corporação, em uma ação conjunta com a Polícia Militar de Minas Gerais foi possível prender o mandante e o atirador do crime. A ação foi coordenada pela Polícia Civil.
Ele confessou a autoria do crime e confirmou a participação de Marcus no assassinato.
De acordo com o delegado Peçanha, uma semana antes do assassinato, Kleber havia sido preso com uma moto roubada, uma arma e drogas, mas foi liberado em audiência de custódia.
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