A polícia foi acionada após alunos relatarem aos pais que ouviram um adolescente de 17 anos fazer uma ameaça de morte em uma escola estadual de Guarapari.
Os policiais militares foram acionadas na tarde da última terça-feira (04). Ao chegar na escola, que fica no bairro Perocão, a equipe conversou com o pai de uma estudante.
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O homem relatou aos militares que a esposa recebeu uma mensagem da filha dizendo que ela e alguns colegas ouviram o aluno dizendo que faria um ataque na escola.
Outros pais, segundo a polícia, também ficaram preocupados e foram até a escola para buscar os filhos. Uma aluna, de 16 anos, chegou a desmaiar e precisou de atendimento de um profissional da saúde que estava no local.
Os policiais militares e a direção da escola se reuniram com a mãe do adolescente que teria realizado a ameaça e a informou sobre o ocorrido. A mãe e o estudante foram levados para a Delegacia Regional de Guarapari.
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De acordo com a Polícia Civil, o adolescente assinou um Boletim de Ocorrência Circunstanciado por ato infracional análogo ao crime de ameaça e foi reintegrado à família. Os familiares assumiram o compromisso de comparecer ao Ministério Público, quando for solicitado.
O Folha Vitória também questionou a Polícia Civil se o caso será investigado, mas não tivemos retorno.
Em nota, a Superintendência Regional de Educação de Vila Velha informou que a unidade escolar acionou a família do aluno e, juntamente com a Patrulha Escolar da Polícia Militar, conversou eles.
A escola foi orientada a registrar um Boletim de Ocorrência e convocar o Conselho de Escola para as medidas cabíveis, de acordo com o Regimento Comum das Escolas.
“A escola também contará com ações em conjunto com a Ação Psicossocial e Orientação Interativa Escolar (APOIE), que é uma iniciativa que busca desenvolver ações para ajudar no desenvolvimento intelectual, emocional e social dos estudantes da rede estadual de ensino”, finaliza a nota.
Polícia identificou mais de 30 ameaças em escolas no ano passado
O setor de inteligência da Polícia Militar identificou, em 2022, 34 ameaças de ataques em escolas do Espírito Santo, além dos casos se concretizaram, como os registrados em duas escolas de Aracruz, no Norte do Estado, em novembro. O crime deixou quatro mortos e 12 feridos.
De acordo com o comandante da Companhia Especializada de Polícia Escolar (Cepe), capitão Eliandro Claudino de Jesus, os números são preocupantes e acendem um alerta.
“Na nossa unidade, nós não encaramos nem uma frase em banheiro como uma brincadeira ou um trote. Nenhum desses eventos nós encaramos como uma simples brincadeira, todos nós levamos à máxima seriedade na apuração. Infelizmente alguns ainda não são possíveis de identificar a autoria“, frisou.
O comandante lembrou que no inicio do ano letivo, um aluno com intenção de promover um ataque em um escola do Estado foi identificado e impedido.
Casos de ameaças e ataques criminosos em escolas não são uma preocupação apenas no Espírito Santo. Nesta quarta-feira (05), um homem de 25 anos invadiu uma creche em Blumenau, em Santa Catarina. Ao menos quatro crianças morreram.
Há pouco mais de uma semana, no último dia 27, um adolescente de 14 anos esfaqueou dois professores e um aluno em uma escola na zona leste de São Paulo. A polícia acredita que a motivação do crime tenha sido o “bullying”. Uma professora morreu.
Desde o caso registrado em São Paulo, a Companhia Especializada de Polícia Escolar do Espírito Santo já identificou três ameaças em unidades de ensino capixabas.
“Não estou falando para causar pânico ou para causar temor, pelo contrário, é para nós refletirmos que o problema está posto e nós precisamos discutir cada vez mais, para chegarmos a medidas mais protetivas, garantir pelo menos a proteção”, ressaltou o capitão.