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Polícia espera exame do DML para saber se jovem com deficiência foi estuprada pelo padrasto

Crime aconteceu no último fim de semana, após o suspeito espancar a mãe da vítima. Ao voltar para casa, a mulher encontrou a filha com a perna quebrada

Foto: Thamiris Guidoni / Folha Vitória
Laudo do DML vai apontar se a jovem com deficiência foi estuprada pelo padrasto

A Polícia Civil aguarda um laudo do Departamento Médico Legal (DML) de Vitória para confirmar se uma jovem de 20 anos, agredida fisicamente pelo padrasto na madrugada do último domingo (07), em Vitória, também foi estuprada pelo suspeito. A vítima possui deficiência física e neurológica e necessita de cuidados especiais.

De acordo com a polícia, um laudo médico do Hospital São Lucas, na capital, apontou a existência de indícios de violência sexual na jovem. “Existe um laudo da ginecologista do Hospital São Lucas e esse laudo tem indícios de um crime de estupro. Indícios. A gente ainda não pode afirmar, porque somente com o laudo do Departamento Médico Legal nós poderemos afirmar o estupro dessa menina”, afirmou a titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Vitória, delegada Juliana Saadeh.

Por conta das agressões, a moça teve o fêmur da perna esquerda fraturada. Ela foi socorrida e levada para o São Lucas, onde permanece internada. Ainda segundo a polícia, antes de cometer a violência contra a jovem, o homem – que não terá a identidade revelada para preservar as vitimas – espancou a companheira, uma mulher de 37 anos, mãe da moça com necessidades especiais.

Em depoimento, a mulher contou que estava tomando cerveja com o companheiro, na noite de sábado, quando ele resolveu ir dormir. A vítima, então, teria ido à casa de uma amiga e, quando voltou, foi muito agredida pelo homem.

“Ela relatou que, no sábado, foi agredida fisicamente e verbalmente e teve também ameaças. Ela informa que a agressão foi tão forte que ela chegou a desmaiar e então ela conseguiu sair do local. Algumas horas depois, ela retornou e encontrou a sua filha nessa situação, com a perna esquerda solta, já fraturada, e encaminhou a menina para o hospital”, contou Saadeh.

Somente na terça-feira (09), dois dias após as agressões, é que a polícia foi acionada para atender a ocorrência. “Por volta das 15 horas de terça-feira nós recebemos, no Plantão Especializado da Mulher, uma denúncia da assistente social do Hospital São Lucas sobre a barbaridade desse crime de violência doméstica e um possível estupro de vulnerável, que está sendo apurado”, frisou a plantonista da Delegacia de Plantão Especial da Mulher da Região Metropolitana (PEM), delegada Silvana Soeiro.

O suspeito, de 41 anos, foi preso na quinta-feira (11), cerca de 48 horas após a polícia ser informada sobre o crime. A prisão foi feita pela equipe da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Vitória, que cumpriu um mandado de prisão preventiva contra o acusado.

No momento da prisão, o homem estava dentro da própria casa onde aconteceram os crimes, no bairro Grande Vitória. “Nós verificamos que no local havia vestígios de sangue. Então rapidamente nós acionamos a perícia, que imediatamente nos atendeu. Foi até o local e, preservando o local, eles conseguiram recolher o material”, disse Juliana Saadeh.

Peças de roupas sujas de sangue foram apreendidas pela polícia, para análise. O homem já passou por exames e foi encaminhado ao presídio. “O investigado foi encaminhado ao laboratório de DNA para que nós possamos colher o material genético dele para posterior análise e confronto”, destacou Saadeh.

Já a chefe da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), delegada Claudia Dematté, falou sobre como foi possível chegar tão rápido ao suspeito. “Foi um trabalho integrado da nossa Divisão Especializada de Atendimento à Mulher, por meio do nosso Plantão Especializado de Atendimento à Mulher e com a nossa Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Vitória. E esse trabalho só foi possível com a integração com o Ministério Público e o Judiciário”, ressaltou.