Levantamento feito pela Polícia Federal (PF), gestora nacional de armas, revelou que em fevereiro deste ano foram feitas 114 requisições para compra de arma de fogo no Estado. Foram 81 requisições a mais que no mesmo período do ano passado.
De acordo com Andréia Canal, delegada responsável pelo Sistema Nacional de Armas da PF, apesar do alto número de pedidos, adquirir uma arma não é tão simples.
“Verificada toda a documentação, inclusive a idoneidade da pessoa, se ela não responde a inquérito ou processo criminal. A pessoa tem que comprovar que ela está apta psicologicamente para manusear arma de fogo e também se ela tem capacidade técnica para utilizar essa arma”, afirmou.
Quem tem a permissão para a posse de uma arma de fogo deve usá-la somente dentro de casa ou no local de trabalho, desde que o responsável seja gerente ou proprietário do negócio. A arma não pode sair desses locais sem a autorização da Polícia Federal. Para circular com ela é preciso passar por um novo processo. Hoje, no Espírito Santo, 200 civis possuem a permissão para o porte de arma de fogo.
“A posse da arma não autoriza o trânsito dela. Só existe trânsito no caso de posse de arma em duas circunstâncias, que é o caso de mudança de endereço ou no caso da pessoa precisar levar o armamento para manutenção ou algo dessa natureza. Ela vai solicitar e a Polícia Federal vai expedir uma guia de trânsito para que haja esse transporte da arma”, orienta a delegada.
A Polícia Federal destaca que a arma deve ser portada de forma discreta e não deve ser utilizada em locais públicos de grande movimentação. A delegada afirma ainda que ela só pode ser utilizada em situações de alto risco e orienta a população.
“Digamos que você esteja sofrendo uma agressão verbal, você não vai fazer uso de uma arma de fogo para repelir aquela agressão ainda que seja injusta porque o meio não é equivalente. Então é totalmente desproporcional e pode causar um risco para todas as pessoas que estejam a sua volta”.
Estudo
O argentino Julio Jacobo publicou um estudo sobre o uso de arma de fogo no Brasil. Para o pesquisador, portar uma arma não significa segurança, muito menos diminuição da violência.
“Arma de fogo não protege. Arma de fogo foi feita para matar. A finalidade da arma de fogo é matar. Não tem nenhuma outra finalidade. Não é como um martelo que se vê para pregar pregos, além do mais você pode dar uma martelada em alguém e matar. Não! arma de fogo foi feita exclusivamente para matar, e mata!”, afirmou.