As investigações sobre o crime que resultou na morte de Eduardo Chaves Camilo, de 32 anos, no dia 16 de abril, na casa de show Gordinho Sambão, em Vitória, ganharam uma nova repercussão. Informações divulgadas pela polícia apontam que a pessoa responsável por fazer a revista do suspeito no momento da entrada também será investigada.
>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!
A confirmação foi feita em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (24). Em novas imagens divulgadas pela polícia, é possível ver todo o trajeto feito pelo suspeito.
Essas mesmas imagens comprovam, ainda, que não houve a participação de policiais militares nesta ocorrência, como noticiado anteriormente.
De acordo com o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa da Capital, delegado Marcelo Cavalcanti, essas novas imagens foram cruciais para a investigação e com elas é possível questionar a conduta da pessoa responsável pela revista do estabelecimento.
“As imagens por si só falam muito. Fica evidente que ali teve uma falta de cuidado ou mesmo uma conivência em relação a quem não poderia fazer isso. Nenhum elemento está descartado, a investigação está no começo, vamos averiguar, inclusive, algumas suspeitas de que surgiram ontem”, apontou Cavalcanti.
Suspeito entrou duas vezes na casa de show
Nas imagens divulgadas pela polícia é possível ver um grupo de pessoas na fila. Todas são revistadas. Porém, o suspeito entra na casa de shows e passa direto, sem ser revistado.
Minutos depois ele tenta sair pela porta de entrada do estabelecimento, mas é orientado pela equipe de segurança a seguir para a porta de saída. Momentos após, o vídeo registra que o suspeito paga novamente o ingresso para, novamente, entrar no local. Dessa vez, ele é revistado rapidamente.
Na sequência, segundo a Polícia Civil, o homem atira contra Eduardo, que morreu no local. Além da vítima fatal, outras duas pessoas ficaram feridas.
As novas imagens do crime foram divulgadas nesta segunda-feira (24). A polícia acredita que no momento em que o suspeito saiu da casa de show ele teria ido buscar a arma usada no crime.
“Nós achamos que ele foi para curtir e viu o alvo. Foi um crime de oportunidade. ‘Opa, vou no meu carro pegar a arma.’ É quando ele sai e volta”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.
Especialista aponta falha na segurança
A reportagem da TV Vitória/Record TV conversou com o especialista em segurança Raphael Pereira. Ao analisar as imagens do caso, ele diz que houve uma falha no momento da revista.
“Pelas imagens é possível verificar ali uma falha na segurança, uma falha na entrada daquele estabelecimento, no que diz respeito à verificação, à revista das pessoas que iriam frequentar o local”, explicou o especialista.
A direção do Gordinho Sambão informou que entregou às autoridades todas as imagens do circuito interno da casa após o ocorrido e que aguarda o desfecho das investigações para futuros pronunciamentos sobre o caso.
A reportagem também pediu um posicionamento ao estabelecimento sobre a conduta da equipe de segurança durante a revista ao suspeito, mas não obteve retorno.
Leis ditam normas de segurança para esse tipo de espaço
Desde 2011, uma lei municipal obriga as casas de shows de Vitória a usarem detectores de metais nas entradas de acesso. O que pelas imagens do dia do crime não aconteceu.
Uma lei estadual obriga casas noturnas a contratarem empresas para realizar a segurança dos eventos. Para especialista, o rigor na revista ajuda a diminuir crimes desse tipo.
“Quando você tem uma fiscalização na entrada do estabelecimento, onde há o rigor excessivo na busca, na revista, na verificação de documentos e idade, você desestimula esses indivíduos, você reduz muito a chance disso acontecer.”
O estatuto do desarmamento permite que apenas agentes de segurança pública possam entrar em eventos armados.
O circuito mostrou que os policiais militares que estavam na casa de shows entraram por outro local, registraram as armas e as deixaram guardadas em um cofre.
* Com informações do repórter Rodrigo Schereder, da TV Vitória/Record TV.