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Polícia não sabe por que medida protetiva pedida por enfermeira não chegou à Justiça

A Polícia Civil tenta descobrir se a falha no sistema impediu o registro de ser feito ou por que o pedido, caso tenha sido realizado, não chegou ao Judiciário

Foto: Reprodução / Instagram

A Polícia Civil está investigando o motivo pelo qual o pedido de medida protetiva, protocolado por Íris Rocha, de 30 anos, contra o então namorado, Cleilton Santana dos Santos, de 27 anos, não tramitou. O suspeito de assassinar a jovem a tiros foi preso nesta quinta-feira (19). 

Segundo informações obtidas pelo Folha Vitória, a enfermeira foi até uma unidade policial, no dia 5 de outubro de 2023 e registrou um boletim de ocorrência após sofrer um mata-leão. Mas o pedido de medida protetiva não tramitou.

A Polícia Civil tenta descobrir se a falha no sistema impediu o registro de ser feito ou por que o pedido, caso tenha sido realizado, não chegou ao Judiciário

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Por meio de uma nota, a corporação informou nesta sexta-feira (19) que, na data em que o pedido foi solicitado, o sistema conhecido como PJe (Processo Judicial Eletrônico) estava passando por transições para se tornar completamente eletrônico. 

Com isso, a comunicação entre o Processo Judicial Eletrônico e a Polícia Civil pode ter registrado alguma falha. 

“Essas mudanças podem ter causado alguma falha no processo de tramitação. A Polícia Civil está investigando rigorosamente as razões pelas quais a medida protetiva não foi devidamente encaminhada”, diz a Polícia Civil em nota. 

A polícia também explica que, após a conclusão do pedido da medida protetiva na delegacia, o processo é encaminhado ao Poder Judiciário, onde é analisado para decidir sobre o deferimento, ou seja, a concessão do pedido realizado no processo ou “o não” do pedido. 

O Folha Vitória procurou o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) para saber se algum pedido de medida protetiva em nome da enfermeira deu entrada, mas não houve resposta. Assim que houver a devida manifestação, este texto será atualizado.

Enfermeira narrou agressões para amiga 

Após um dos abusos, a enfermeira Íris Rocha denunciou em áudio enviado para uma amiga a agressão física que sofreu. Na mensagem, ela narra que “apagou e acordou no chão cuspindo sangue”. 

No boletim de ocorrência, ela revelou estar grávida de 15 semanas e eles já estavam namorando havia cinco meses. 

Na conversa, Íris destaca a uma amiga que recebeu um mata-leão do namorado quando estava em cima da cama. O motivo teria sido o fato dela ter omitido uma informação relacionada ao trabalho.

Com a agressão, Íris desmaiou, “perdendo os sentidos”, e acordou tempo depois com sangue saindo pelo nariz. Cleilton, nesse momento, passou a pedir desculpa pelo que havia feito.

“Eu acordei meio assim e ele me ajudou depois. Pediu desculpas e se arrependeu. Acho que ele ficou preocupado pelo que fez. E eu consegui vir trabalhar agora”, descreve a vítima à amiga no áudio.

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Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão

Produtora Web

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória

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