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Polícia pode prolongar investigação sobre morte de taxista em VV

A Polícia Civil pode prolongar o tempo para apurar responsabilidades do assassinato do taxista Charles Dias da Conceição, de 28 anos, na noite da última sexta-feira (2) em um cerimonial de Vila Velha. Charles foi morto com um tiro na cabeça após uma confusão.

Um policial militar à paisana é acusado de ter atirado no taxista. De acordo com a PC, o delegado Ricardo Almeida, à frente das investigações, tem 30 dias para concluir o inquérito, mas o prazo pode ser postergado por mais 30 dias, dependendo do andamento das investigações.

O delegado solicitou os laudos periciais da arma e do local do crime, porém não há data para a entrega dos resultados periciais. Testemunhas também estão sendo ouvidas. Ainda de acordo com a PC, o delegado só irá se pronunciar após a conclusão do inquérito.

Policial segue em liberdade e trabalhando

De acordo com a Polícia Militar, o PM acusado de ter atirado na testa do taxista Charles Dias da Conceição, de 28 anos, somente está afastado das atividades operacionais do batalhão. Segundo a PM, durante as investigações da corregedoria e da Polícia Civil, o acusado será realocado para outra atividade, mas não foi especificado o que ele vai fazer no batalhão.

A PM diz também que só irá se pronunciar após a conclusão do procedimento administrativo instaurado.

Protestos contra morte do taxista

  Foto: Reprodução / Caroline Minchio
Desde o crime, que aconteceu na noite da última sexta-feira (2), três manifestações de taxistas aconteceram na Grande Vitória. Na manhã de sábado (3), taxistas interditaram todos os acessos à Terceira Ponte. Durante a manifestação, os profissionais fizeram uma oração em solidariedade a Charles.

Já na segunda-feira (5), após a notícia da morte do taxista, cerca de 100 veículos pararam novamente o tráfego na Terceira Ponte. A paralisação durou uma hora e complicou o trânsito. Algumas pessoas completaram o percurso a pé e até de skate. Já nesta terça-feira (6), no enterro da vítima, uma carreata de taxistas seguiu até o cemitério onde Charles foi enterrado em Cariacica.

Cerimonial: policial quis defender segurança

O dono do cerimonial onde aconteceu a confusão, disse que o policial reagiu após suspeitar que a segurança do local tivesse sido baleada. De acordo com o dono da casa noturna, após ouvir os barulhos no portão, provocados por chutes de um rapaz, o policial, que estava de folga, suspeitou que a segurança do local tivesse sido baleada.

“Na realidade, o que o policial interpretou naquele momento, por causa do barulho, foi de que a menina havia sido baleada, já que estava caída com sangue no rosto. Nesse momento, o policial achou que havia uma pessoa armada do lado de fora, que estava atirando para dentro da casa noturna”, relata.

Emoção e revolta no velório

Durante o velório e enterro do filho, a mãe do taxista Charles Dias da Conceição, Diomar Cassemiro, se emocionou e pediu por justiça. “O dia das mães vai ser horrível sem a presença dele, sem pelo menos uma ligação dele pra mim. Eu quero justiça, pelo que aconteceu com ele”, disse.

Muito emocionado com a perda de Charles, o irmão mais velho do taxista, Marcelo Cassimiro, estava em frente ao cerimonial quando o crime aconteceu: “Eu estava passando no local e estava com um passageiro no meu carro. Encostei e questionei se meu irmão estaria no local. Fiquei com um pé do lado de fora e nisso, vi o rapaz saindo da boate. Nesse momento, ele desafiou o policial que estava lá dentro. Eu falei para o passageiro para a gente ir embora de lá, já que no fim de rock bala perdida não tem dono. Eu só não sabia que essa bala iria atingir alguém da minha família”, diz.

Mais de 20 assaltados por mês, diz sindicato

De acordo com o Sindicato dos Taxistas do Espírito Santo, mais de 20 profissionais são assaltados por mês na Grande Vitória. Segundo o presidente do sindicato da categoria, Evanildo Moreira Vicente, os assaltos são muito comuns, mas nem sempre são registrados pelos profissionais.

“Os assaltos a taxistas são comuns no Estado e geralmente, acontecem de 20 a 23 assaltos por mês. O taxista muitas vezes perde um celular, perde dinheiro, e não registra a ocorrência”, afirma.