Policiais do Espírito Santo e do Rio de Janeiro realizam uma operação no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, na manhã desta quarta-feira (29), contra integrantes de uma facção criminosa acusada de lavar dinheiro e extorquir funcionários de empresas de internet, água e gás. Mandados contra alvos da investigação também são cumpridos em cidades capixabas.
De acordo com a polícia, o grupo também atuava como “banco paralelo”, que operava dentro do Complexo da Maré, oferecendo empréstimos aos moradores da comunidade. Em um ano, a quadrilha movimentou mais de R$ 40 milhões.
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A ação, batizada como “Conexão Perdida”, tem como objetivo cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) do Espírito Santo que utilizam o território fluminense como base estratégica para expandir suas operações ilegais.
As investigações tiveram início em novembro de 2024 após a prisão de Luan Gomes de Faria, em Vitória. Ele e o irmão, Bruno Gomes de Faria, são conhecidos como “os irmãos Vera” e apontados pela polícia como os chefes do TCP no Espírito Santo. Bruno teria ido para o Complexo da Maré após a prisão do irmão.
Pagamento de até R$ 10 mil para empresa prestar serviços em área do tráfico
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou que a ação reflete o esforço coordenado entre as forças de segurança do Rio com outros estados para enfraquecer o crime organizado que hoje ultrapassa fronteiras estaduais.
“O criminoso que vem pra cá se esconder ou fazer escola, será preso. O Rio de Janeiro não tem espaço para criminosos, seja daqui ou de qualquer outro lugar”, ressaltou o governador.
A investigação da Subsecretaria de Inteligência do Espírito Santo identificou que os traficantes extorquiam funcionários de empresas provedoras de internet, água e gás. De acordo com as apurações, os criminosos cobravam até R$ 10 mil para que as empresas pudesse atuar nas áreas controladas pelo tráfico.
Além disso, o grupo criminoso possuía diversas contas bancárias para movimentar e esconder o dinheiro. Entre as contas, está as de uma casa lotérica e até mesmo um “banco paralelo” foi criado para oferecer empréstimo aos moradores do Complexo da Maré.
“Esses mecanismos não apenas lavavam o dinheiro proveniente do tráfico de drogas local, mas também os recursos do TCP em Vitória (ES), movimentando R$ 43 milhões em menos de um ano. Nós pedimos também o bloqueio de diversas contas bancárias usadas para a lavagem de dinheiro dessa quadrilha”, explicou o subsecretário de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo, Romualdo Gianordoli Neto.
Participam da operação “Conexão Perdida” policiais civis e militares do Rio de Janeiro, além de policiais civis de diversas delegacias especializadas do Espírito Santo.