Um dos acusados de envolvimento no assassinato do jovem Pedro Nacort Filho, ocorrido em 1999, no Centro de Vitória, voltará a sentar no banco dos réus nesta quinta-feira (01). O policial militar Jeferson Zambalde Torezani chegou a ser absolvido pelo crime, em novembro de 2011, mas o Ministério Público Estadual (MPES) recorreu da decisão e ele irá a júri novamente.
O julgamento terá início às 9 horas, no Fórum de Vitória, no Centro da cidade. A mãe do rapaz assassinado, Maria das Graças Nacort, afirma que não vê a hora de enfim ver Jeferson atrás das grades por envolvimento na morte do filho. Segundo ela, a absolvição do militar por falta de provas, há quatro anos, foi um erro da Justiça.
“Senti uma revolta tremenda quando ele foi absolvido. Encontraram a arma do crime na casa dele, constataram que as balas que mataram meu filho saíram daquela arma, mas mesmo assim ele não foi condenado. Espero que dessa vez esse monstro vá para a cadeia. Não vou aguentar de novo esse sofrimento de vê-lo absolvido. Se isso acontecer, eu saio do fórum morta ou presa. Não vou responder por mim”, declarou.
Pedro Nacort Filho foi morto com 22 tiros à queima roupa. Oito deles o atingiram no rosto. O crime aconteceu próximo à casa dele, na rua Sete de Setembro, no Centro de Vitória. O rapaz, que na época do crime tinha 26 anos, havia saído para comprar cigarros, mas não voltou.
Após a perda do filho, Maria das Graças fundou a Associação de Mães e Familiares de Vítimas da Violência (Amafavv). Ela conseguiu juntar várias provas e se engajou para apurar os fatos e identificar os responsáveis pela morte do rapaz.
Condenação
O ex-policial militar Erivelton de Souza Pereira, mais conhecido como “Diabo Loiro”, foi condenado, em novembro de 2011, a 18 anos de prisão pelo assassinato de Pedro. Ele foi preso no final de outubro do ano passado, por determinação da 1ª Vara de Justiça de Vitória, e levado para o presídio do Quartel do Comando Geral da PM, em Maruípe.
“Luto há 16 anos por justiça e a hora chegou. Já conseguimos tirar a farda de um e esse [Jeferson] ainda infelizmente continua solto, levando perigo para a sociedade e podendo matar mais um filho de alguém”, ressaltou Graça.
O primeiro julgamento do caso foi realizado em maio de 2009 e resultou na absolvição dos dois PM’s. No entanto, em outubro do mesmo ano, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) anulou a absolvição dos policiais militares. Segundo Graça Nacort, a presença maciça de policiais militares fardados durante o julgamento teria influenciado a sentença.
Durante o júri desta quinta-feira, a Amafavv pretende fazer uma vigília em frente ao fórum, para exigir que a justiça seja feita.