Polícia

Policial acusado de participação no assassinado de jovem no Centro de Vitória é absolvido

Jeferson Torezani já havia sido inocentado, em 2011, pelo assassinado de Pedro Nacort Filho, há 16 anos, mas o MPES recorreu da decisão e ele voltou ao banco dos réus nesta quinta

Julgamento foi realizado no Fórum de Vitória, nesta quinta Foto: Divulgação

O policial militar Jeferson Zambalde Torezani foi absolvido novamente, nesta quinta-feira (01), por participação no assassinato do jovem Pedro Nacort Filho, ocorrido em 1999, no Centro de Vitória. O militar já havia sido absolvido da mesma acusação, em novembro de 2011, mas o Ministério Público Estadual (MPES) recorreu da decisão e ele foi a júri novamente nesta quinta, no Fórum de Vitória.

O julgamento teve início pela manhã e a sentença foi proferida por volta das 20 horas. Parentes e amigos do jovem assassinado estiveram no fórum e ficaram revoltados com a absolvição do policial.

Pedro Nacort Filho foi morto com 22 tiros à queima roupa. Oito deles o atingiram no rosto. O crime aconteceu próximo à casa dele, na rua Sete de Setembro, no Centro de Vitória. O rapaz, que na época do crime tinha 26 anos, havia saído para comprar cigarros, mas não voltou.

Após a perda do filho, Maria das Graças Nacort fundou a Associação de Mães e Familiares de Vítimas da Violência (Amafavv). Ela conseguiu juntar várias provas e se engajou para apurar os fatos e identificar os responsáveis pela morte do rapaz.

O ex-policial militar Erivelton de Souza Pereira, mais conhecido como “Diabo Loiro”, foi condenado, em novembro de 2011, a 18 anos de prisão pelo assassinato de Pedro. Ele foi preso no final de outubro do ano passado, por determinação da 1ª Vara de Justiça de Vitória, e levado para o presídio do Quartel do Comando Geral da PM, em Maruípe.

Na ocasião Jeferson acabou absolvido da acusação de envolvimento no crime. Segundo a mãe da vítima, a arma de onde saíram os tiros que mataram Pedro foi encontrada com o PM. “Encontraram a arma do crime na casa dele, constataram que as balas que mataram meu filho saíram daquela arma, mas mesmo assim ele não foi condenado”, lamentou.

O primeiro julgamento do caso foi realizado em maio de 2009 e resultou na absolvição dos dois PM’s. No entanto, em outubro do mesmo ano, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) anulou a absolvição dos policiais militares. Segundo Graça Nacort, a presença maciça de policiais militares fardados durante o julgamento teria influenciado a sentença.