Seis pessoas foram presas em flagrante pela polícia, suspeitas de participar de uma quadrilha acusada de falsificar documentos para pedir empréstimos bancários e cartões de crédito. Três suspeitos foram detidos na quarta-feira (24) e os outros três, na quinta (25). Com eles, os policiais apreenderam carteiras de trabalho, contracheques, comprovantes de residência, entre outros documentos que, segundo a polícia, eram falsos.
De acordo com as investigações da Delegacia de Defraudações (Defa), responsável pela prisão dos suspeitos, dois integrantes dessa organização criminosa ficavam responsáveis por falsificar os documentos. Outros três eram encarregados de aliciar pessoas e convencê-las a irem até instituições bancárias para fazer o pedido de empréstimo, utilizando os documentos falsos.
Uma vez que os empréstimos eram concedidos, segundo a polícia, os integrantes da associação criminosa recebiam uma parte desse dinheiro. As investigações apontam que os valores dos empréstimos eram, em média, de R$ 2,5 mil e que os suspeitos atuavam principalmente em uma agência bancária localizada no Centro de Vitória.
Alguns funcionários da agência, ao perceberem que as mesmas pessoas apareciam no local com frequência para pedirem empréstimos, desconfiaram e acionaram a polícia.
“O banco acabou desconfiando de duas mulheres que iam sempre levando outras para obter esses empréstimos e também do constante vínculo empregatício, sempre o mesmo. A primeira desconfiança deles, a gente verificou no nosso sistema, era uma pessoa que, no dia da assinatura da carteira, ela estaria presa. Então seria impossível aquele documento ser verdadeiro. A partir daí, a gente começou a diligenciar, prosseguimos no banco e conseguimos realizar a prisão em flagrante”, ressaltou a titular da Defa, delegada Rhaiana Bremenkamp.
Segundo a delegada, o primeiro grupo, preso na quarta-feira, foi flagrado com carteiras de trabalho com informações falsas. “Os documentos que eles utilizavam eram carteiras de trabalho, a princípio verdadeiras, só que com informações falsas. As informações falsas eram vínculo empregatício. Todas essas pessoas presas tinham um mesmo empregador e esse empregador é uma pessoa que não existe, uma pessoa que foi criada por eles”, explicou.
Os suspeitos foram identificados como Valdilina Gomes do Nascimento, Genaina Gomes do Nascimento (filha de Valdilina), Gleicy Basílio Pinto, Júnia de Souza Damasceno Bonfim, Lucilene Rodrigues Gomes e Luís Carlos da Silva. A delegada explicou a participação de cada um dos envolvidos nos golpes.
“Todos confessaram os crimes. A Júnia afirma que toda a falsificação quem faz é o Luís e o Luís já afirma que a Júnia faz a falsificação e ele que acaba emitindo os contracheques, os demais documentos, a pedido dela. E as outras envolvidas confessam que vão ali solicitar empréstimos, sabendo de toda a documentação falsa, mas, segundo elas, elas fizeram porque estavam precisando”.
Ainda segundo as investigações, a quadrilha atuava também em diversas lojas na Grande Vitória. A polícia não divulgou qual o prejuízo causado pela quadrilha com os golpes. Rhaiana Bremenkamp acredita que mais pessoas estejam envolvidas com a quadrilha.
“A gente já começou a verificar ligação com parte de uma outra associação criminosa que a gente investiga desde o início do ano. Então vamos continuar essas investigações para realmente comprovar e indiciar todos os envolvidos”, frisou.
Os suspeitos, segundo a polícia, foram autuados em flagrante por tentativa de estelionato e associação criminosa. A delegada garante que as investigações continuarão. “Agora a gente segue a investigação quanto aos estelionatos consumados e quanto aos crimes de falso”.