A polícia apresentou, nesta sexta-feira (18), um homem acusado de participar de um assalto a uma farmácia no Centro de Vitória, onde um funcionário foi baleado na cabeça, e do assassinato da mãe de um policial, morta a tiros, por engano, dentro de casa, no bairro São Marcos III, na Serra. Gilson Rodrigues de Almeida, de 38 anos, foi preso na quinta-feira (17), em São Geraldo, também na Serra, e confessou à polícia os dois crimes, cometidos no mês de junho.
De acordo com a polícia, Gilson andava por uma rua de São Geraldo quando avistou uma viatura da Polícia Militar, que fazia um patrulhamento de rotina. Ele correu, mas foi alcançado pelos policiais, que encontraram com ele um revólver calibre 38 e munições. O suspeito foi levado para a Delegacia Regional da Serra e depois encaminhado para o presídio.
De acordo com o titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), delegado Adroaldo Lopes, Gilson se apresentou na delegacia com um nome falso e, por pouco, não foi liberado. “Nós recebemos um telefonema dando conta de que, na verdade, aquela pessoa que havia sido identificada com outro nome seria o próprio Gilson. Eu desloquei uma equipe para lá e, chegando no DPJ, ele, na presença do delegado e dos demais policiais, continuou afirmando ser outra pessoa. Entretanto, nós tínhamos essa informação, a foto dele e o mandado de prisão”, ressaltou Adroaldo.
Assalto
O primeiro crime do qual Gilson teria participado ocorreu no dia 6 de junho. Segundo a polícia, ele e um adolescente de 16 anos, que já foi apreendido, entraram no estabelecimento, se passando por clientes, e em seguida anunciaram o assalto. Um atendente foi rendido e obrigado a entregar o dinheiro que estava em seu bolso e no caixa.
No entanto, como estava muito nervoso, o funcionário teve dificuldade em abrir a gaveta do caixa, o que teria irritado os criminosos. Pelas imagens de videomonitoramento da farmácia, que mostram toda a ação, é possível perceber que quem atira contra a vítima é o adolescente. Assim que o funcionário cai ferido no chão, os dois assaltantes saem correndo.
Morte por engano
Já o segundo crime aconteceu 11 dias depois e, segundo as investigações da polícia, tem relação com o primeiro. De acordo com Adroaldo Lopes, responsável por investigar o assassinato da auxiliar de obras Cleuza Rodrigues Nascimento, de 45 anos, a intenção de Gilson era matar uma sobrinha da vítima, que teria ouvido uma conversa de bar em que o acusado comenta sobre o assalto à farmácia.
Segundo o delegado, a jovem foi ameaçada por Gilson durante o dia e, à noite, o acusado teria ido até a residência dela, junto com outras três pessoas, para mata-lá. No entanto, os tiros atingiram Cleuza, que morreu na hora. A vítima era mãe de um policial e de outros sete filhos, incluindo uma criança de 6 anos.
“A versão dele, apresentada hoje no interrogatório, foi de que a irmã dele havia sido ameaçada pelas pessoas que residem naquela casa. Ele foi lá tirar satisfação, efetuou os disparos e, infelizmente, acertou a mãe do policial militar. Mas a versão que nós conhecemos e que damos como certa retrata outra coisa. Ele estava em um bar, onde conversou que havia participado do roubo à farmácia, que ocorreu 11 dias antes da data do crime. Uma pessoa, que é sobrinha da mãe do policial, escutou e ele foi lá para matar ela, a fim de que ela não falasse nada que tinha ouvido. E, por erro de execução, ele acabou acertando a Cleuza. Então ele tem duas prisões preventivas decretadas: pelo homicídio da Cleuza e pelo roubo da farmácia”, contou Adroaldo.
Um parente da família, que estava na casa no momento do crime, também foi baleado com um tiro na perna. O marido de Cleuza e os filhos também estavam na residência, que ficou com diversas marcas de tiros.
Na ocasião, Gilson conseguiu fugir, mas os outros envolvidos foram presos: a irmã dele, Elizeth Rodrigues Firmino, de 41 anos; o marido dela, Luan de Oliveira Sena, de 24; e Lucas Vinícius Serra, de 18.