
Após a morte de Wenderson Rodrigues de Souza, ocorrida no domingo (30), no Centro de Detenção Provisória de Vila Velha, a polícia trabalha com a hipótese de que ele tenha sido assassinado. Segundo o secretário de Justiça do Espírito Santo, Rafael Pacheco, o homicídio é a principal suspeita.
A hipótese ganhou força após a Polícia Científica informar que uma lesão foi encontrada no pescoço de Wenderson.
LEIA TAMBÉM:
>> PF retira de voo a Paris e prende mulher com dez quilos de cocaína na bagagem
>> Foragido procurado há 8 meses em MG é preso em Vitória
>> Homem é baleado na cabeça e socorrido em estado grave em Vila Velha
A lesão era diferente da causada por ele mesmo, com uma faca. Ele tentou se matar logo depois de assassinar a vendedora Carla Gobbi Fabrette, em uma loja na Glória, em Vila Velha, no início de março.
O que leva a gente a essa conclusão é o resultado da perícia, que aponta novas lesões do que aquela que ele dá entrada, o encaminhamento é para homicídio. Se é uma lesão nova, provavelmente é a causa da morte, disse Pacheco.
Companheiros de cela foram ouvidos
De acordo com Pacheco, Wenderson dividia a cela com outros sete detentos. Todos foram ouvidos pela Polícia Civil. Eles cumprem pena por crimes relacionados à Lei Maria da Penha e crimes patrimoniais.
Na cela onde eles estavam não foi encontrado nenhum objeto cortante, mas segundo ele, isso não significa que algum dos detentos não pudesse ter escondido o artefato.
“Nós encaminhamos todos os presos para a Polícia Civil, foram interrogados pela polícia, todos foram ouvidos. Não encontramos nenhum objeto na cela. Não quer dizer que não havia, pode ser que tenham engolido. Há uma infinidade de possibilidades”, informou.
Crime brutal tirou a vida de vendedora
O crime que levou Wenderson à prisão aconteceu em 10 de março deste ano. Ele atacou Carla a facadas, diversas vezes, na loja onde ela trabalhava. A vítima chegou a ser socorrida e passou por cirurgia, mas morreu devido à gravidade dos ferimentos.
Após cometer o assassinato, Wenderson tentou tirar a própria vida, mas foi impedido por agentes da Guarda Municipal, que o encaminharam ao hospital. Depois disso, ele recebeu alta e foi transferido para o presídio.
A Polícia Civil concluiu em investigação anterior que Wenderson saiu de casa determinado a matar alguém. Ele foi autuado por feminicídio com duas qualificadoras: meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.
Em coletiva de imprensa, a chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher, delegada Raffaella Aguiar, explicou que, segundo o demonstrado no interrogatório, a insanidade mental do suspeito é seletiva.
Ainda segundo a delegada, o acusado tentou se utilizar da insanidade mental durante o interrogatório, até o momento em que foi questionado sobre a dinâmica e a motivação do crime. Nesse momento, segundo ela, ele solicitou a presença da defesa.
“A insanidade dele foi até o ponto em que o interrogatório começou a ser mais assertivo e indagá-lo acerca da dinâmica, da motivação. Ele falou que queria a defesa, que queria o defensor e que não ia falar mais”, explicou.
Escolha da vítima foi aleatória
Durante a coletiva, a delegada explicou que, para a polícia, a escolha da vítima foi aleatória, mas Carla teria sido definida como uma possível vítima pela vulnerabilidade, por ser mulher e estar sozinha.
“Ele saiu de casa determinado que ia matar alguém. Ele foi observando a região, quem seria a possível vítima, e aí foi nesse momento que a gente vislumbrou que ele realmente a escolheu dentro de uma aleatoriedade, mas pela sua vulnerabilidade naquele momento”, disse a delegada.