Policiais de folga poderão ser proibidos de entrar armados em casas de show em Vitória, caso um projeto de lei seja aprovado na câmara do município. A proposta é do vereador Devanir Ferreira (PRB).
O projeto prevê a proibição do acesso e permanência de policiais militares e civis com porte de armas no interior de boates, casas de show, escolas de samba e estabelecimentos afins. Segundo o parlamentar, a medida busca disciplinar o ingresso de pessoas armadas a estabelecimentos onde haja alta aglomeração de pessoas e consumo de bebidas alcoólicas.
“Estamos preocupados com a segurança da população e temos ciência da legalidade do porte de armas, mas, com o aumento nos casos de violência envolvendo policiais de folga armados, acreditamos que e preciso disciplinar o uso em ambientes festivos e de lazer”, alegou Devanir.
O projeto prevê ainda que policiais de serviço tenham livre acesso aos estabelecimentos, desde que registrem na entrada o nome, unidade em que serve e registro da arma. Os estabelecimentos também terão de se adequar, informando na entrada a obrigatoriedade da lei e oferecendo cofres ou armários com chave, em local seguro, para o armazenamento das armas dos policiais que possuam porte, além de instalar aparelhos de detecção de metais para facilitar o trabalho de segurança.
Caso recente
Segundo o vereador, o projeto foi motivado pelos últimos casos envolvendo uso de armas de fogo por policiais de folga no Espírito Santo. O caso mais recente envolve o policial civil do Amazonas, Cássio Muniz Crespo da Silva, de 44 anos. Ele atirou para o chão após se irritar com uma pessoa, durante o show da cantora Cláudia Leitte, na noite do último sábado (03), na Multiplace Mais, em Guarapari.
Na confusão, sete pessoas ficaram feridas, atingidas por estilhaços dos tiros. O policial foi preso em flagrante e autuado por tentativa de homicídio. A secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas informou que já recebeu a denúncia contra o policial. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil daquele estado, a Corregedoria Geral do Sistema de Segurança Pública está tomando as providências cabíveis.
O policial poderá responder procedimento administrativo disciplinar com pena de suspensão. Enquanto isso, ele continua preso na delegacia de recolhimento de polícias civis, em Vila Velha. O caso está sob investigação na Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Guarapari.