Após uma rebelião no fim da manhã desta segunda-feira (28) nos quatro blocos da Unidade de Internação Provisória 2 (Unip), em Cariacica, os dois adolescentes que haviam fugido foram recapturados durante a tarde. Os dois agentes socioeducativos mantidos reféns por internos foram liberados após negociação dos próprios agentes com os adolescentes.
Anteriormente, as primeiras informações davam conta que três adolescentes haviam fugido e quatro agentes socioeducativos estavam reféns dos internos. A informação foi corrigida no final da rebelião pelo diretor técnico do Instituto de Atendimento Sócio Educativo do Espírito Santo (Iases), Fábio Modesto.
Fotos: Leitor / Whatsapp Folha Vitória
Familiares se concentraram na rodovia Governador José Sette, na altura de Cariacica Sede, e fecharam a rodovia com galhos e pedaços de madeira. Os familiares dos internos chegaram a discutir com os agentes socioeducativos que, segundo eles, não forneciam informações sobre a situação na unidade.
Policiais do Batalhão de Missões Especiais (BME) invadiram a Unip 2 e utilizaram balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Viaturas do Corpo de Bombeiros estiveram no local para combater chamas ateadas em colchões pelos adolescentes.
Os internos dizem que a rebelião é para protestar contra a superlotação na unidade, além de reclamar da alimentação. De acordo com o Sindicato dos Servidores do Atendimento Socioeducativo no Espírito Santo (Sinaes), até oito adolescentes dividem o mesmo espaço onde a capacidade é de quatro pessoas. Ainda segundo o sindicato, a Unip 2 tem lotação de 110 adolescentes, sendo que a capacidade máxima é de 70.
O diretor Iases, Fábio Modesto, reconheceu que há superlotação na unidade e justificou dizendo que os menores infratores não passam mais pela Unidade de Atendimento Inicial (Unai) e vão direto para as Unips, o que causou a superlotação. “A situação pode ser regularizada nos próximos dias”, disse.
Já sobre a alimentação da unidade, Modesto afirmou que vistorias diárias são feitas na empresa terceirizada que fornece a comida para os adolescentes e que nos últimos dias não foi constatada em nenhuma vistoria irregularidades nos alimentos fornecidos aos menores.
A rebelião
O motim realizado por cerca de 110 adolescentes em conflito com a lei começou por volta das 11h40 desta segunda-feira (28). Durante a rebelião, dois internos fugiram e agentes socioeducativos foram mantidos reféns. Internos atearam fogo em colchões.
Homens do BME invadiram a unidade por volta das 13 horas e usaram balas de borracha e bombas de efeito moral. O Corpo de Bombeiros também foi chamado na ocorrência. Por volta das 14 horas, os menores foram recapturados e os agentes liberados pelos adolescentes após negociação.