Polícia

Relembre os maiores casos de sequestros do Espírito Santo e do Brasil

No Brasil, sequestro é considerado crime hediondo, o que deixa o réu sem direito a progressão da pena, liberdade provisória ou indulto, por exemplo

Foto: Divulgação

O último final de semana ficará para sempre na memória dos capixabas, principalmente para os moradores de Guarapari que viram, após uma tentativa de assalto, um jovem, identificado como Lucas de Oliveira Marcelino invadir uma padaria e fazer um casal refém por 16 horas. O cárcere de Edson Batista, de 62 anos, e Maria de Fátima Mendes de Souza, de 45, começou por volta das 10h30 de sábado (9) e durou até  a madrugada de domingo (10).  O longo sequestro foi acompanhado por toda população, que torcia para que os momentos dramáticos tivessem um final feliz.

De acordo com o comandante do Batalhão de Missões Especiais (BME), tente-coronel Aguiar, o perfil psicológico de Lucas chamou atenção. “Assumimos a ocorrência por volta de 12 horas. Diante de casos assim, costumamos definir o perfil do criminoso. Mas, ao longo da negociação, vimos que não se tratava apenas de um sequestrador, mas de uma pessoa com tendência suicida. Durante vários momentos ele citava a namorada, falava dos problemas com a mãe, afirmava que ninguém o amava e desejava a morte. Ele alternava muito. Ora estava bem e do nada ficava depressivo. Tivemos que convencê-lo a desistir de se matar”, afirma.

A história do sequestro praticado por Lucas parece um filme. O enredo mistura drama e terror. No elenco, um jovem com problemas familiares, usuário de drogas e com diversas passagens pela polícia. As cenas de cada momento de apreensão e medo jamais serão esquecidas pelas vítimas. “Tive medo durante todo o tempo. Agora só queremos recomeçar”, desabafa Edson.

Nem sempre um parceiro aceita quando o relacionamento chega ao fim. No ano passado, um vigilante de 27 anos manteve a ex-mulher refém por quase duas horas, no sétimo andar de um edifício em Vitória. A vítima, identificada como Franchesca Félix, foi liberada por volta das 18 horas e levada para o hospital São Lucas, com ferimentos leves. De acordo com a polícia, o crime aconteceu porque o acusado não aceitava o fim do relacionamento.

Presídios capixabas carregam marcas de momentos dramáticos
Outros casos de sequestros fazem parte da história policial do Espírito Santo. O maior caso já registrado de negociação envolvendo policias, acusados e vítimas, aconteceu em 2006, na antiga Casa de Passagem de Vila Velha, quando 740 presos fizeram oito reféns, sendo que cinco deles eram religiosos que frequentavam o presídio com a intenção de evangelizar. O grupo ficou sob a mira de armas durante quatro dias. Na ocasião, havia 214 adultos e cerca de 30 crianças, parentes de presos.

Os presídios capixabas foram abrigos sangrentos de grandes rebeliões. No ano de 2002, uma rebelião de presos no Instituto de Reabilitação Social (IRS) deixou um policial militar morto e quatro pessoas reféns. Os líderes do motim exigiam a transferência de 10 presos. As negociações duraram cerca de 1 dia.

Relembre sequestros de grande repercussão no Brasil
 

O cárcere da jovem Eloá chocou o Brasil Foto: Divulgação

No dia 13 de outubro de 2008, o brasileiro parou para acompanhar um dos mais longos cárceres privados do País. Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, foi rendida pelo ex-namorado, Lindenberg Fernandes Alves, então com 22 anos. O cativeiro da menina durou cinco dias. Eloá morreu depois de ser atingida por um disparo na cabeça e outro na virilha.

Em agosto de 2001, Patrícia Abravanel, filha do apresentador Silvio Santos, passou uma semana em cativeiro após ser levada da garagem de sua casa, em São Paulo.O suspeito só se entregou após horas de negociação.

Washington Olivetto – O publicitário foi sequestrado também em 2001 e passou 53 dias em poder dos acusados. A vítima foi libertada após os criminosos serem presos.

No ano de 1999, o Brasil parou para acompanhar o drama de um dos filhos de Francisco. Wellington Camargo, irmão dos cantores Zezé Di Camargo e Luciano, que é paraplégico, foi levado de sua casa e passou 94 dias em cativeiro. Durante o período, Wellington teve metade da orelha esquerda cortada.

Copa do Mundo – Em 1994, às vésperas da Copa do Mundo, o pai do então jogador de futebol Romário foi sequestrado. O drama do pai do “Baixinho” durou seis dias.

Marina Silva de Souza – A mãe do jogador Robinho foi sequestrada em 2004. A mãe do craque ficou 41 dias com os sequestradores.

Ônibus 174 – O assaltante Sandro Barbosa do Nascimento pretendia cometer um assalto. No entanto, ele acabou fazendo 11 reféns por cinco horas. Na ocasião, uma professora feita de escudo pelo sequestrador foi baleada. Sandro morreu por asfixia dentro de uma viatura da polícia.