No Espírito Santo, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública, 40% dos homicídios acontecem por motivos banais. Alguns exemplos são brigas familiares, brigas de vizinhos ou até mesmo no trânsito. Essas discussões muitas vezes levam a morte.
Segundo o delegado Jose Lopes, os crimes que acontecem fora da área urbana são mais difíceis de controlar. “Se há uma briga de vizinhos, muitas vezes as pessoas não chamam a polícia, porque não querem se meter. Mas depois uma das pessoas morre e nós não podemos fazer mais nada, a não ser o inquérito”, afirma.
Segundo o psicólogo Marcos Luiz Soares, a falta de diálogo nas famílias afasta as pessoas e pode contribuir para esse tipo de crime. Ainda segundo o psicólogo, quando as pessoas não conseguem resolver os problemas civilizadamente, partem para a agressão. “Vivemos em uma sociedade que dialoga pouco. A unidade está deteriorada, inclusive na família”, comenta.
O delegado também acredita que os valores familiares estão se perdendo. Mas para ele, a certeza da impunidade ainda é o principal fator que leva as pessoas a cometerem crimes. “A família foi perdendo a força, a religião também, infelizmente, e vemos cada um fazendo o que quer. É a banalização da vida humana e a certeza de impunidade”, aponta Lopes.
Neste final de semana, dois crimes em família chamaram a atenção dos capixabas. Em Cariacica, uma briga entre genro e sogro acabou em morte. Segundo a polícia, Carlos Leandro Almeida matou Joanisio Bispo dos Santos com uma facada. Os dois brigaram no meio da rua porque o sogro não gostou de ver a filha ser empurrada pelo genro dele. Na Serra, uma senhora de 72 anos, arremessou uma criança de cinco anos do segundo andar de uma residência. A agressora é sogra da mãe da criança.