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O Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc) deixou de fazer parte da estrutura organizacional básica da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) e agora compõe os quadros da Polícia Civil do Espírito Santo.
A informação foi publicada na edição de terça-feira (09) do Diário Oficial do Estado.
Em entrevista ao Folha Vitória, o secretário da Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho, explicou que a mudança foi feita após ele perceber que o Núcleo foi criado numa situação diferente da atual, que não se encaixa na estrutura vivida hoje.
“Nós identificamos, quando chegamos na secretaria, que o Nuroc tinha um apêndice operacional dentro de um órgão estratégico. Talvez em algum momento, em gestões anteriores, alguém enxergou essa necessidade. Mas no momento que vivemos hoje, eu vi que o núcleo não precisaria estar diretamente ligado a Sesp”, disse.
Ao analisar o organograma da Polícia Civil, Ramalho disse que identificou, basicamente, mais de um núcleo realizando a mesma função e, por isso, achou melhor unir forças.
“Dentro da Polícia Civil, inclusive, eu identifiquei uma Divisão de Combate ao Crime Organizado e à Corrupção, o que me fez entender que elas deveriam atuar juntas ao Nuroc. O Núcleo não vai acabar, pelo contrário. Nós estamos pegando a mesma estrutura e entregando para a Polícia Civil, o que vai representar o fortalecimento das investigações no Estado”, explicou Ramalho.
Responsável por apurar infrações penais relacionadas ao crime organizado no Espírito Santo, além de combater a lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito, entre outras atribuições, o Nuroc agora está subordinado hierarquicamente à Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
Primeiros meses
A frente da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo desde abril, o coronel Alexandre Ramalho analisou o trabalho feito até agora, ressaltando as operações realizadas e destacando a queda no número de homicídios no Estado.
“Em abril nós conseguimos quebrar o ciclo de crescimento de homicídios no Estado, que de 140 assassinatos, registrados em maio, caímos para 95 em abril. Em maio, os resultados foram ainda mais positivos, quando registramos 76 homicídios. Esse dado representa os melhores dados do mês de maio nos últimos 24 anos. Os números mostram que o trabalho de todas as forças policiais, atuando integradas, impulsionaram os bons resultados”, avaliou o secretário.
Ramalho também reforçou o trabalho das forças de segurança durante o período da pandemia do coronavírus.
“Mesmo num momento de profunda dificuldade, pois o vírus também traz o temor, também traz insegurança, nós entendemos essa situação e sabemos do nosso dever de proteger a população e garantir a segurança de todos”, afirmou.