Polícia

Secretário descarta soltura de envolvidos na morte de soldado do BME em Cariacica

Em entrevista, o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, André Garcia, esclareceu que os jovens foram autuados por quádrupla tentativa de homicídio.

Foto: Reprodução Facebook

Os dois jovens envolvidos no tiroteio que matou o soldado Dayclom Nascimento Feu, do Batalhão de Missões Especiais (BME), devem continuar presos mesmo após a conclusão das investigações da Polícia Civil. 

Em entrevista ao jornal Espírito Santo no Ar da TV Vitória/Record, o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, André Garcia, esclareceu que os jovens foram autuados por quádrupla tentativa de homicídio. “Eu não diria que eles são inocentes porque como o próprio doutor João Paulo colocou, já foi confirmada a quádrupla tentativa de homicídio. Os indivíduos deferiram disparos contra a viatura da Polícia Militar. Agora, o que está sendo apurado com rigor pela Polícia Civil, e ainda há dúvidas com relação à questão, refere-se à autoria do homicídio do soldado Feu. Portanto, são questões distintas, que a gente precisa separar para evitar que aja qualquer tipo de insinuação com relação à prisão e apreensão dos jovens. De fato, eles atentaram contra a vida dos policiais, mas isso não impede que a polícia defina também, ao final do inquérito, quem foi o responsável pela morte do Soldado Feu”, disse.

Segundo o secretário, a policia trabalha com a hipótese de que o tiro que matou o soldado pode ter sido disparado acidentalmente. ”Todas as hipóteses estão sendo consideradas, porque de fato, os laudos ainda não foram todos entregues. Foram feitas duas reconstituições que têm a finalidade de definir a dinâmica da cena. Às vezes, os laudos não são conclusivos e não apontam todos os elementos. A partir daí, ao final da investigação, qualquer que seja o resultado, ele será contado pela autoridade policial”, afirmou. 

Bala pode ter saído de arma de policial

O presidente da Associação de Cabos e Soldados, Fábio Gava, informou no início da tarde desta quarta-feira (08) que um dos policiais que participou da ação no bairro Padre Gabriel no dia 7 de setembro está internado no Hospital da Polícia Militar recebendo tratamento psiquiátrico. 

Gava, no entanto, não confirma nem desmente as notícias que circulam nas redes sociais, afirmando que teria sido esse militar o autor do disparo que tirou a vida de Dayclom Feu. “O que nós queremos saber é a verdade, se isso aconteceu ou não”, disse o presidente.

Já para o delegado João Paulo Pinto, responsável pelo caso, as informações não passam de um boato, mas garante que todas as hipóteses estão sendo investigadas e nada, até o momento pode ser descartado. 

O delegado informou também que só dará qualquer posicionamento sobre o caso após a conclusão dos laudos técnicos.

Reconstituição

O delegado também apresentou novidades descobertas feitas pela polícia na reconstituição do crime, realizada na tarde de terça-feira (07). Segundo João Paulo Pinto, há possibilidade de uma terceira pessoa, armada, estar presente na cena do crime.

Caso Feu

Dayclom Nascimento Feu, de 28 anos, foi morto com um tiro na cabeça no bairro Padre Gabriel, em Cariacica. De acordo com os policiais que estavam na ocorrência, uma viatura do Batalhão de Missões Especiais (BME) parou em uma esquina. 

Assim que os PMs avistaram dois rapazes em atitude suspeita, desceram para fazer a abordagem. Foi aí que os criminosos atiraram. Os policiais, então, revidaram. O policial que foi atingido foi o único que não havia saído do carro. Dayclom foi atingido com um tiro na cabeça.

O policial chegou a ser socorrido e encaminhado para um hospital particular de Cariacica, onde foi submetido a uma cirurgia, mas não resistiu e morreu. O policial Dayclom estava na corporação desde 2009 e integrava o BME há três anos.