Um grupo de umbandistas denunciou prática de intolerância religiosa, na madrugada desta quinta-feira (25), enquanto entregavam oferendas na Praça do Papa, em Vitória. Segundo as vítimas, os seguranças patrimoniais fizeram ameaças, injúrias religiosas e quebraram uma das oferendas, com a justificativa que “ali ninguém colocava macumba”.
O relato do grupo foi publicado em redes sociais. Segundo o relato, logo que a primeira oferenda foi colocada na praça, dois seguranças de um restaurante próximo se manifestaram e abordaram o grupo, dizendo que “ali ninguém colocava macumba” e se o grupo insistisse “eles iriam chutar e jogar tudo no lixo”. Além da ameaça, o grupo relatou que foi intimidado com um facão e um spray de pimenta.
O grupo então, alegou que se tratava de um local público e deu continuidade às atividades. No momento em que eles retornaram ao local das ameaças, viram a oferenda quebrada. Ao questionarem os seguranças, eles teriam afirmado que não permitiam aquela manifestação no local. Um outro segurança se aproximou do grupo, que estaria ali à serviço da Prefeitura de Vitória, e confirmou a fala dos outros seguranças e disse ainda que “ali não era lugar para oferendas e que quem mandava ali era Jesus, Senhor dos Exércitos”.
Os integrantes do grupo argumentaram, dizendo que são respaldados pela Constituição Federal e que a casa, a qual o grupo pertence, está devidamente registrada. Em seguida, o grupo foi até a Delegacia Regional de Vitória e registrou boletim de ocorrência. Além disso, uma denúncia foi feita no Disque 100, canal de denúncia de casos de intolerância religiosa do Governo Federal.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil. Outras informação não serão passadas, no momento, para não atrapalhar as investigações. Procurada, a Prefeitura de Vitória se manifestou através de nota e informou que os profissionais citados não fazem parte da empresa contratada pelo município. Afirmou também que não compactua, em hipótese alguma, com qualquer postura que viole o direito constitucional da liberdade de credo e da garantia do seu livre exercício.
Leia a nota na íntegra:
“A Prefeitura de Vitória informa que os profissionais citados não fazem parte de empresa contratada pelo município. E afirma que não compactua, em hipótese alguma, com qualquer postura que viole o direito constitucional da liberdade de credo e da garantia do seu livre exercício. Reafirma, ainda, que comportamentos como esses não são tolerados e que tem feito grande esforço na construção da cultura de paz e de tolerância, que passa necessariamente pelo respeito incondicional a todas as manifestações religiosas”.