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Seis homens suspeitos de participarem de quatro assassinatos e de terem envolvimento com a guerra do tráfico de drogas na Serra foram presos pela polícia. Os crimes, de acordo com as investigações, ocorreram no final de 2021.
As prisões ocorreram no início do ano, mas os nomes dos suspeitos e das vítimas dos homicídios só foram divulgados nesta terça-feira (03). Ao todo, foram quatro assassinatos registrados entre outubro e dezembro do ano passado. As investigações apontam que todos estão relacionados com a guerra do tráfico de drogas.
Entenda como a disputa pelos pontos de tráfico motivou assassinatos na Serra
Segundo a polícia, os criminosos do bairro Serra Dourada III disputavam os pontos de fumo dos bairros rivais, Serra Dourada II e Santa Rita de Cássia. Os suspeitos destes dois bairros, de acordo com a polícia, teriam se unido e, desde então, a região ficou conhecida como “Pantanal”.
A guerra se intensificou após o assassinato de Victor Inocente Olmo Serri, de 29 anos. Ele, segundo a polícia, era traficante em Serra Dourada III e já estava jurado de morte por criminosos do “Pantanal”.
O rapaz foi baleado na pracinha do bairro onde morava por homens armados que passaram de carro atirando. Victor foi atingido por um tiro e, mesmo assim, saiu correndo pelo bairro. Ele ainda tentou fugir e se esconder, mas acabou assassinado.
A polícia encontrou o corpo do rapaz em um campo de futebol. Dois meses depois, Pedro Henrique Braun Nascimento, conhecido como Riquinho, de 19 anos, e Yago Gonçalves Dilva Dias, conhecido como Foca, de 21 anos, foram presos. Para polícia, foram eles que dispararam mais de 20 vezes contra Victor.
No dia da prisão, eles participavam de um churrasco em Guarapari. Os dois suspeitos foram capturados por agentes da Polícia Rodoviária Federal quando voltavam da festa.
Morte motivou ataque dos rivais
Para revidar a morte de Victor, criminosos de Serra Dourada III autorizaram a morte de alguém do “Pantanal”. Em 30 de novembro de 2021, Wesley Nascimento, de 17 anos, foi morto.
De acordo com a polícia, ele estava com uma jovem, que seria namorada dele, de 16 anos. Testemunhas contaram que a pracinha do bairro estava cheia quando um homem de bicicleta sacou uma arma e disparou muitas vezes. A vítima não resistiu e morreu no local.
Segundo as investigações, o homem que passou de bicicleta e atirou contra Wesley era Jefferson Pereira de Souza, de 27 anos. Ele foi preso em dezembro, no bairro Santa Mônica, em Guarapari.
Outra morte foi registrada em dezembro
A terceira vítima da guerra do tráfico na Serra foi Thiago Ribeiro Martins, de 35 anos. Ele foi morto no início de dezembro, em Serra Dourada III. Para a polícia, a vítima tinha envolvimento com traficantes do bairro.
Ele foi alvejado sentado em um banco da praça do bairro, descansando do almoço, quando os criminosos chegaram atirando. Na época, o pai da vítima conversou com a reportagem da TV Vitória/Record TV e disse que o filho era inocente.
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Arthur de Araújo da Silva, de 22 anos, e Max Slash Soares do Amaral, de 21 anos, foram presos. Eles são apontados pela polícia como autores do crime.
No mesmo mês, outro jovem foi morto na Serra
Jhonatan Teodoro da Cunha, de 19 anos, foi morto em dezembro por traficantes do bairro Serra Dourada III. Na ocasião, a Polícia Militar recebeu informações de uma troca de tiros no bairro e, quando os policiais chegaram no local indicado, encontraram a vítima caída já sem vida.
Segundo a polícia, o rapaz teria sido morto por Iury Pereira Martins, de 22 anos. Ele foi preso na Serra.
Para polícia, guerra do tráfico está controlada
Depois de tantas prisões, para a polícia, a guerra do tráfico nesta região está controlada. O titular da DHPP, delegado Rodrigo Sandi Mori, destacou que as ações vão continuar nos bairros vizinhos para controlar a violência.
“Os quatro homicídios foram elucidados e seis homicidas foram presos. As ações que foram feitas no bairro Serra Dourada serão intensificadas em outros bairros visando a retirada de homicidas e traficantes que insistem em matar na Serra”, disse.
Todos os seis homens presos nas operações da polícia são réus no processo e respondem por vários crimes, o principal deles, homicídio qualificado por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.
*Com informações da repórter Marla Bermudes, da TV Vitória/Record TV.