Polícia

Sem policiais nas ruas, mortes no Espírito Santo chegam a 85

O número de corpos na cidade já é sete vezes maior que a capacidade máxima do Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, que tem 12 gavetas frigoríficas

Familiares de PMs e moradores da grande Maruípe entraram em confronto, na última terça-feira, em frente ao Quartel Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Com a manifestação de familiares de policiais militares acontecendo desde a última sexta-feira (4), o Estado do Espírito Santo já soma 85 mortes, de acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Estado do Espírito Santo (Sindipol/ES), Jorge Emílio Leal. 

O sindicato afirma que o número de corpos na cidade já é sete vezes maior que a capacidade máxima do Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, que tem 12 gavetas frigoríficas.

Na última terça-feira (07), a Associação dos Peritos Papiloscópicos do Espírito Santo informou os peritos que trabalham no Departamento Médico Legal (DML) agilizaram o processo de liberação de corpos do local. Desta forma, o instituto passa a receber mais cadáveres. O local estava superlotado na segunda-feira (06), com corpos espalhados pelo chão.

A região metropolitana sofre uma crise na segurança pública e, além das mortes, também enfrenta ondas de saques, depredações e paralisação no transporte público. Nesta quarta-feira (8), os ônibus não estão circulando em Vitória. O anúncio foi feito pelo Sindicato dos Rodoviários do Espírito Santo.

A Fecomércio de Vitória divulgou uma nota recomendando que os comerciantes façam uma avaliação do nível de segurança no entorno antes de abrir as portas. Os saques já somam mais de R$ 4,5 milhões em prejuízo, segundo a entidade.

Repercussão internacional

A manifestação dos familiares de agentes da segurança pública que faz com que PM não saiam às ruas, foi destaque na imprensa internacional. O jornal inglês The Sun destacou que várias imagens e vídeos violentos estão circulando na internet e aumentando o pânico da população.

A prefeitura de Vitória, as unidades de saúde e as escolas tiveram que suspender o expediente. Em entrevista coletiva na segunda-feira (6), o ministro da Defesa, Raul Jungman, e o governador em exercício César Colnago, anunciaram que cerca de 200 militares do Exército Brasileiro, lotados no 38º Batalhão de Infantaria (38º BI), já estão nas ruas para reforçar a segurança na Região Metropolitana.

O ministro afirmou que ampliação do efetivo militar que atuará no Estado para realização do policiamento ostensivo será 1,2 mil militares das Forças Armadas e Força Nacional de Segurança a partir desta terça, porém, o clima de medo continua tomando as ruas.