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Apontado como serial killer e conhecido como “maníaco da corrente”, Paulo José Lisboa foi encontrado morto nesta sexta-feira (04), em Guarapari. O corpo dele foi localizado pela esposa, que havia chegado de viagem.
A Polícia Militar disse que recebeu a informação de que, na manhã de sexta, um corpo em estado avançado de decomposição havia sido encontrado no interior de uma residência no bairro Itapebussu.
No local, segundo a PM, um vizinho relatou que não via a vítima desde a última segunda-feira (31). Disse ainda que a esposa de Paulo estava em Vila Velha há 15 dias e, ao retornar para casa, encontrou o marido já sem vida.
A Polícia Civil foi acionada e o corpo foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, para ser identificado e para ser feito o exame cadavérico.
Apenas após os exames será possível confirmar a causa da morte. De acordo com a PCES, o caso foi registrado como encontro de cadáver.
Acusado de homicídios no Espírito Santo e em São Paulo
Segundo informações do portal UOL, Lisboa foi condenado por homicídios em série em São Paulo e no Espírito Santo, cometidos entre as décadas de 1980 e 2000. Ele tem passagem pelo sistema prisional dos dois Estados.
Na região de São José do Rio Preto, no interior paulista, o serial killer foi condenado por ter matado cinco pessoas e espancado outras seis. Segundo investigações das Polícias Militar e Civil de São Paulo, os alvos de Lisboa eram prostitutas e travestis.
Primeiro, o acusado contratava programas com as vítimas e depois as agredia com uma trava de carro ou com uma faca. Depois de matar as vítimas, abandonava o corpo no local do crime e fugia.
Entre as mortes atribuídas a Lisboa no interior de São Paulo, estão a de uma adolescente de 15 anos, assassinada com 47 facadas no Natal de 1987, e a de uma travesti também morta com golpes de faca.
Vinda ao ES após fugir da cadeia em SP
Paulo José Lisboa passou cerca de cinco anos detido em São Paulo. Alternou passagens pelo Presídio da Paulistana e pela prisão psiquiátrica de Franco da Rocha, de onde fugiu em 1998.
Foragido, fixou residência em Guarapari e depois em Vitória. Viveu 10 anos em terras capixabas. Neste período, foi considerado suspeito de ter cometido novos homicídios. Voltou a ser preso em 2008.
Após a nova prisão, perícias apontaram que Lisboa era um “psicopata social”. Processo aberto no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), em 2009, pediu que a Justiça reconhecesse a “insanidade mental” do criminoso. O caso foi arquivado em 2016.
Em 2011, a Justiça do Espírito Santo condenou Lisboa a 10 anos de prisão por uma tentativa de homicídio.
“O acusado agiu com alto grau de culpabilidade, pois o mesmo deixou evidente que tinha total ciência da reprovabilidade de sua conduta, sendo pessoa articulada e que adapta a versão do crime de acordo com o que lhe parece mais favorável, conforme ficou evidente em seu interrogatório”, diz a sentença do juiz Daniel Peçanha Moreira.
Em 2017, Lisboa foi posto em liberdade e retornou para Guarapari, onde viveu até sua morte nesta sexta-feira.
Com informações do portal UOL