Na última terça-feira (14), policiais civis da Delegacia Saquarema, no estado do Rio de Janeiro, prenderam em Mimoso do Sul, no sul do Espírito Santo, Simone Gonçalves de Resende, de 46 anos, suspeita de ter mandado matar a irmã Soraya Gonçalves de Resende, de 37 anos, o cunhado e diretor de eventos da OAB-RJ, Wagner Salgado, de 42, e a sobrinha Geovanna Resende, de 10. O crime ocorreu na madrugada do dia 17 de fevereiro, em São Gonçalo, na região Metropolitana do Rio.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Fábio Barucke, Simone, que teve a prisão temporária decretada pela Justiça, foi localizada pelos agentes em apoio à ação dos policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG). Os policiais receberam informações da localização da suspeita e estavam no município há dois dias monitorando Simone.
“Localizamos um taxista, amigo de Simone, que estava dando cobertura. Passamos a monitorá-lo e descobrimos que ela estava em Mimoso do Sul há 10 dias. Ela alugou uma casa na cidade e viajou com a ajuda do taxista. Fizemos contato com o delegado de Mimoso, Rômulo Carvalho, que estava nos ajudando a localizar a casa. Na última terça-feira, os agentes de Saquarema, receberam a informação da localização e efetuaram a prisão”, explica Barucke.
O delegado disse que Simone deve chegar ao Rio de Janeiro na tarde desta quarta-feira (15). “Não temos expectativa que ela fale. Mas, independentemente de falar ou não, já temos provas suficientes e vamos representar pelas prisões preventivas de todos os presos”, continua Fábio.
Motivação
Os filhos de Simone, os gêmeos Lucas Resende Matheus e Matheus Resende Khalil, de 23 anos, foram presos no dia 23 de fevereiro, confessaram participação no crime. Eles contaram à polícia que a mãe teria sido a mandante. Além deles, Diego Moreira da Cunha, de 23 anos, foi preso em Saquarema, no mesmo dia, e com ele os agentes apreenderam as três armas e o carro utilizado no crime. O outro suspeito de atirar, identificado como Gabriel Botrel de Araújo Miranda, de 19 anos, já teve a prisão decretada pela Justiça, e está foragido.
O assassinato da família, segundo o delegado, teria sido motivado por uma briga judicial envolvendo o inventário do pai de Soraya e de Simone. A herança seria no valor de R$ 7 milhões. O processo, que tramita na 6ª Vara Cível de São Gonçalo, se arrasta há 20 anos e Wagner atuava como advogado no caso.
“Além da herança, também tem o ódio que Simone sempre nutriu pela irmã, que era adotada. Ela alegava que irmã recebia mais carinho do pai e não aceitava isso, e por isso, ela mandou matar não só a Soraya, como a sobrinha também, para não deixar que a herança ficasse com elas”, completa o delegado.